Em média, por dia, 55 vítimas de golpistas procuram a polícia no Rio Grande do Sul. Entre janeiro e setembro deste ano, segundo a Secretaria da Segurança Pública, foram 15.032 registros — 1,2 mil a mais do que no mesmo período de 2017.
Um dos golpes mais comuns é o conto do bilhete premiado. A trapaça também envolve uma espécie de teatro por parte dos golpistas, que inserem a vítima em um enredo. Mulheres idosas costumam ser os principais alvos.
— O idoso é uma vítima muito fácil para crimes de estelionato, por ser uma pessoa crédula e pelo fato de que gosta de conversar. Tem vergonha de ser mal educado — explica a delegada Larissa Fajardo, titular da Delegacia do Idoso de Porto Alegre.
A Capital concentra quase um quarto dos estelionatos no Estado (24%). Acostumada a atender casos esse tipo, a delegada diz que o poder de convencimento do estelionatário é alto. Aproveitam que a vítima não tem a mesma capacidade de raciocínio, por conta da idade, e falam sem parar. O golpe, em geral, envolve promessa de recompensa.
Cinco golpes mais comuns
Sobrinho ou primo em apuros
O estelionatário telefona para números aleatórios. Então se identifica como sobrinho ou primo da vítima. Durante a conversa, faz a pessoa adivinhar quem está telefonando.
Quando ela diz o nome de um parente, o estelionatário confirma ser ele. O golpista diz que está indo visitar as vítimas, mas sofreu um acidente na estrada e está sem dinheiro para o guincho ou mecânico.
A vítima, convencida de que é um familiar, acaba depositando o dinheiro. Em algumas versões, o criminoso pede até que ela recarregue o celular dele.
Mensagem no celular
A vítima recebe uma mensagem de texto no celular, que informa que ela ganhou um carro, uma casa ou algum outro bem. Para retirar o prêmio, no entanto, precisa seguir uma série de instruções, que podem incluir o depósito de uma quantia ou fazer recargas em celulares.
Envelope vazio
O golpista faz uma compra e promete fazer o pagamento por depósito. Ele deposita pelo caixa eletrônico um envelope vazio. Mas com isso obtém um comprovante de depósito. Consegue que a vítima lhe entregue o bem ou mercadoria, sem fazer o pagamento.
Como se proteger:
- A principal orientação é não acreditar em desconhecidos que lhe abordam na rua ou por telefone. Desconfie.
- Não faça depósitos bancários e nem recargas de celulares para quem não conhece.
- Se o contato for por telefone, questione a pessoa sem dar nomes de familiares e converse com outros parentes para se certificar sobre a possibilidade da história ser real.
- Depósitos só são confirmados pelo banco após a conferência do envelope. Então, aguarde para entregar a mercadoria.
- Se for vítima, chame a Brigada Militar ou vá até a Polícia Civil. Tente descrever aos policiais o máximo de características físicas dos golpistas.
Fonte: Polícia Civil