Os réus que respondem pela morte de Sandra Mara Lovis Trentin, 49 anos, desaparecida há quase cinco meses, não poderão ser ouvidos em audiência nesta terça-feira (26) em Palmeira das Missões, na Região Noroeste, como estava previsto. Marido da vítima e acusado de ser mandante do crime, o vereador Paulo Ivan Baptista Landfeldt, mantido no Complexo Penitenciário de Canoas (Pecan), não compareceu à audiência.
A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), que deveria ter feito o transporte do preso, alegou que não teve tempo para preparar a logística da escolta. O outro réu, Ismael Bonetto, 22 anos, foi conduzido à sessão.
Na audiência, que teve início às 10h, devem ser ouvidas 13 testemunhas, por meio de videoconferência. Moradora de São Leopoldo, no Vale do Sinos, uma irmã da contadora foi a primeira a falar. Em seguida, o pai de Sandra, que reside em Cruz Alta, também foi ouvido.
Outros familiares da contadora e dos réus falarão sobre o caso. A expectativa era de que depois desses depoimentos Landfeldt e Bonetto — mantido no presídio de Palmeira das Missões — pudessem ser interrogados. Assim, a fase da instrução do processo seria concluída ainda nesta terça-feira. No entanto, uma nova audiência precisará ser agendada.
A assessoria de imprensa da Susepe informou que o réu não foi transportado até Palmeira das Missões por falta de tempo hábil para preparar a escolta. O órgão alegou que precisaria ter sido informado pela Justiça 15 dias antes do transporte, o que não ocorreu. A assessoria informou ainda que, por conta da distância — aproximadamente 370 km — seria necessário planejamento para realizar a viagem.
O caso
A contadora está desaparecida desde o dia 30 de janeiro, quando saiu do escritório que mantinha em sociedade com o marido em Boa Vista das Missões. Ela afirmou que iria até Palmeira das Missões e retornaria cerca de duas horas depois. No entanto, a mulher nunca mais foi localizada. A Ranger que ela dirigia foi encontrada abandonada na cidade vizinha no mesmo dia.
A investigação concluiu que o marido dela, Paulo Ivan Baptista Landfeldt, então presidente da Câmara de Vereadores de Boa Vista das Missões, tinha planejado o rapto e a morte da mulher. Ismael Bonetto acabou preso em Santa Catarina, confessou o crime e afirmou ter sido contratado pelo parlamentar. Em um segundo depoimento, ele voltou atrás e negou participação no sequestro e na morte da contadora. Os dois estão presos desde fevereiro. Eles negam o crime.