O envenenamento de seis pessoas de uma mesma família em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, trouxe um elemento químico ao centro das atenções: o arsênio.
Segundo dados do Google Trends, até 26 de dezembro as buscas pelo termo eram praticamente inexistentes no Rio Grande do Sul. Contudo, cerca de três dias após o acontecimento, quando o caso começou a ser divulgado, os índices de pesquisa no Google dispararam (veja na imagem abaixo).
Além do termo "arsênio", os internautas passaram a buscar informações relacionadas, como "arsênio no bolo", "arsênio ou arsênico", "onde é encontrado o arsênio" e "para que serve o arsênio".
O que é o arsênio
O arsênio é um elemento químico natural, presente no solo e, em pequenas quantidades, em alimentos e cosméticos. Apesar disso, concentrações mais elevadas podem ser letais.
No Brasil, uma das formas mais conhecidas de arsênio é o arsênico, usado como veneno para ratos e insetos. A comercialização do produto foi proibida no país em 2005, mas ainda pode ser encontrado de forma clandestina ou em estoques antigos.
Relembre o caso do bolo envenenado
O episódio ocorreu em 23 de dezembro, durante uma confraternização de Natal. Na ocasião, seis pessoas de uma mesma família consumiram um bolo de reis preparado com farinha contaminada pelo metal tóxico. Três delas morreram e outras três precisaram ser hospitalizadas.
Segundo a Polícia Civil, a farinha utilizada no preparo do doce estava envenenada com arsênio. As investigações apontam que a responsável pela contaminação é Deise Moura dos Anjos, nora da mulher que fez o bolo. Ela foi presa temporariamente no dia 5 de janeiro.
Investigações revelam envenenamentos anteriores
Além das mortes ocorridas em dezembro, a polícia apura o envolvimento de Deise em outro caso na mesma família.
Em setembro, o sogro da suspeita morreu após consumir bananas e leite em pó levados por ela. Laudos do Instituto-Geral de Perícias confirmaram que o homem foi envenenado.
Deise é descrita pela delegada Sabrina Deffente como uma pessoa "extremamente manipuladora" e "calma". Segundo as investigações, a motivação para os crimes seria uma longa desavença com a sogra, Zeli, que remonta a 2001.