O advogado Marco Alfredo Mejia, que representa o "bruxo" Sílvio Fernandes Rodrigues, 44 anos, teve acesso ao processo do caso de duas crianças esquartejadas em um ritual satânico. Segundo ele, não há provas técnicas no inquérito, e a investigação teria como base o depoimento de duas testemunhas.
A Polícia Civil afirma que dois empresários de Novo Hamburgo encomendaram o sacrifício, após o pagamento de R$ 25 mil, em busca de prosperidade no ramo imobiliário. Além disso, divulgou que sete pessoas participaram de um ritual, entre elas o "bruxo" Sílvio Rodrigues. Ele e outros três suspeitos estão presos. Entre os três foragidos, está um argentino que teria trocado as crianças no país vizinho por um caminhão roubado, conforme a polícia.
O advogado alega que esta tese não tem fundamento, pois há falta de provas técnicas e também pelo fato do delegado Moacir Fermino ter alegado uma "revelação divina" para solucionar o caso. O advogado diz que não encontrou, no inquérito, qualquer indício de DNA das crianças no templo, ainda mais por se tratar de um caso em que a polícia apontou que houve uso de sangue e esquartejamento.
Além disso, ele diz que uma das testemunhas é uma pessoa que encontrou os corpos no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo. Esta testemunha, que segundo o advogado tem vários antecedentes criminais, teria dito que teria ocorrido um ritual. A segunda testemunha é uma mulher, conforme a defesa, que teria visto de longe as duas crianças entrando no templo, mas que, em um depoimento, afirmou não ter certeza.
Em razão disso, Marco Alfredo Mejia, que assumiu a defesa de Fernandes nesta semana, ingressou com novo pedido de liberdade provisória, na Vara Criminal de Novo Hamburgo. Nesta quarta-feira (10), a 2ª Câmara do Tribunal de Justiça negou um habeas corpus ao "bruxo". Mejia destacou que este pedido havia sido feito anteriormente, pela antiga advogada do preso. Ele ainda não descarta ingressar com recurso na Justiça Federal, já que envolve um suspeito e duas vítimas supostamente argentinas.
A Polícia Civil alega que tem provas suficientes para indiciar os sete suspeitos presos, o que ainda serviu de base para a Justiça converter as prisões temporárias em preventivas. Além disso, destacou que aguarda vários resultados de perícias.