A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou pedido de habeas corpus e manteve a prisão preventiva de Sílvio Fernandes Rodrigues, 44 anos, apontado pela Polícia Civil como o "bruxo" que teria liderado um ritual satânico com o esquartejamento de duas crianças, em Novo Hamburgo. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (10).
O pedido de liberdade foi encaminhado na última quinta-feira (4), antes de os nomes serem divulgados pela Polícia Civil e de a prisão de Rodrigues ser convertida em preventiva.
A advogada Denise Dal Molin Pellizzoni alega mais de um motivo para pedir a liberdade do cliente. Entre eles, um suposto "abuso religioso" do delegado Moacir Fermino ainda durante as prisões, antes mesmo das declarações polêmicas à imprensa citando "revelação divina" para a solução do caso.
Esse foi o segundo habeas corpus negado pela Justiça ao suspeito.
Relembre o caso
As primeiras partes de corpos de duas crianças foram encontradas no dia 4 de setembro de 2017, no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo, Vale do Sinos. Elas foram identificadas como um menino, com idade entre oito e 10 anos, e uma menina, de 10 a 12 anos, conforme exame pericial. No dia 18 de setembro, outros membros foram encontrados, a cerca de 350 metros do primeiro local, e foram atribuídos aos mesmos irmãos, que têm a mesma mãe e pais diferentes.
Os crânios até agora não foram localizados. As investigações apontam que as crianças podem ser argentinas e ter sido trazidas de uma região pobre de Corrientes.
Os investigadores chegaram a sete suspeitos para o crime – o “bruxo” e seis discípulos, que tiveram suas prisões preventivas decretadas pelo Judiciário. Três estão foragidos, entre eles o argentino apontado como responsável por pegar os irmãos em seu país de origem.
Conforme as investigações, os sócios Paulo Ademir Norbert da Silva e Jair da Silva teriam pago R$ 25 mil à vista pelo ritual que lhes traria mais prosperidade em seus negócios. Os filhos de Jair, Andrei e Anderson, também teriam participado do ritual, a fim de reunir sete pessoas — número supostamente cabalístico para a cerimônia.