Basta deixar um recipiente com água parada e pronto, a oportunidade para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela está criada. Com base nisso, uma mensagem que circula no WhatsApp afirma que a Vigilância Sanitária recomenda que se coloque cloro nos ralos de casa. Mas será que isso é verdade?
Não existe qualquer recomendação de que se utilize cloro como forma de prevenção da dengue, conforme afirma o Ministério da Saúde. Entretanto, a utilização do produto em locais com acúmulo de água, como piscinas, por exemplo, é, sim, eficiente para impedir que o mosquito ponha ovos.
Apesar disso, Carmen Silvia Gomes, técnica do Programa Estadual de Vigilância e Controle do Aedes (PEVCA), afirma que esta não é a maneira mais adequada para agir contra o aumento de casos de pessoas infectadas pelo vírus carregado pelo Aedes Aegypti.
— O cloro realmente funciona, tanto que é utilizado em alguns casos, mas rapidamente se degrada, por isso não é recomendado. É difícil para a população saber a quantidade que deve ser usada em cada recipiente ou de quanto em quanto tempo o produto deve ser colocado. Portanto, é muito mais fácil evitar o criadouro — explica Carmen.
Para fugir dos casos das doenças transmitidas pelo mosquito, é preciso evitar que ele encontre locais propícios para pôr seus ovos, como manter tampados tonéis e caixas de água, limpar as calhas dos telhados, deixar garrafas viradas de cabeça para baixo e manter os ralos limpos e com aplicação de telas, entre outros.
— Há situações em que este controle não é possível, como em borracharias, onde os pneus podem estar expostos a céu aberto, acumulando água da chuva. Nestes casos, o município deve solicitar a remoção. Também pode ocorrer de a gestão municipal aplicar produtos para evitar a fêmea — diz a técnica.
Outra maneira de se manter um pouco mais protegido contra as doenças trazidas pelo Aedes é, segundo o Ministério da Saúde, usar roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, período em que os mosquitos são mais ativos, fornecendo, assim, certa proteção contra picadas, principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser utilizados, seguindo as instruções do rótulo. Já os mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.
— O mais importante para evitar a circulação do vírus é que cada seguimento faça sua parte, o poder público e a população. A gente ainda percebe que muitos dos depósitos estão dentro das casas, por isso, cada um deve fazer sua ação —indica Márcia.