Durante o Novembro Azul, muito se falou sobre o câncer de próstata, mas também é necessário alertar sobre outra condição que pode afetar o órgão e que é bastante prevalente na população masculina, implicando redução importante da qualidade de vida quando não tratada. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, estima-se que 50% dos homens acima dos 50 anos são afetados pela hiperplasia prostática benigna (HPB), uma taxa que pode chegar aos 90% após os 80 anos.
Normalmente, a HPB é tratada, em um primeiro momento, com medicamentos. Entretanto, existem procedimentos e cirurgias minimamente invasivas que podem resolver o problema de forma definitiva, indicadas especialmente nos casos em que a próstata cresce excessivamente e o paciente não tem mais benefício com o uso da medicação, ou não deseja mais seu uso devido ao seus efeitos colaterais, explica Eduardo Terra Lucas, urologista na clínica Andrologia Moinhos.
— Trata-se de um procedimento conhecido como Holep. É o que temos de mais moderno para o tratamento de HPB, bastante seguro e eficaz. Devido à ausência de cortes e à precisão dos equipamentos, o paciente tem uma recuperação muito mais tranquila, com menos tempo de internação e resultados duradouros — complementa Lucas, que também é membro da Sociedade Brasileira de Urologia e da Sociedade Americana de Urologia.
Como é o procedimento
O nome técnico para a sigla Holep é Holmium Laser Enucleation of the Prostate, que significa enucleação endoscópica da próstata com uso de um laser de hólmio (um elemento químico). É retirada toda a parte interna e crescida da próstata, que estava dificultando a micção adequada do paciente. Referência nesta técnica no país, tendo realizado mais de 1,2 mil cirurgias deste tipo, o urologista ressalta que o procedimento é feito por meio de um laser, que é introduzido pela uretra, sem cortes, sendo possível tratar glândulas de qualquer tamanho.
Em seguida, o laser do aparelho emite uma onda de calor que separa e remove o tecido excessivo da próstata, desobstruindo por completo a passagem da urina, restando apenas a sua cápsula externa.
Eliminado sem afetar as partes saudáveis, o tecido retirado é enviado para a análise patológica, de maneira que possa ser descartada a presença acidental de câncer de próstata.
Tire suas dúvidas sobre a HPB
Quais são os sintomas de crescimento anormal da próstata?
Com o crescimento da próstata, ocorre compressão da uretra, o que resulta em jato de urina fraco, ter de fazer força para urinar, sensação de bexiga cheia e com esvaziamento incompleto e uma maior vontade de urinar à noite.
O que acontece se a condição não for tratada?
Se não tratada de forma adequada, a HPB provoca piora importante na qualidade de vida, podendo, em casos mais graves, levar a uma descompensação e prejuízo do funcionamento da bexiga, com risco de retenção urinária, uso de sonda vesical, formação de cálculos e divertículos na bexiga e piora do funcionamento renal, entre outras complicações preveníveis.
Se eu fizer a cirurgia, minha vida sexual pode ser afetada?
Técnicas como a Holep não afetam a capacidade de manter orgasmo e tampouco o desempenho masculino durante as relações sexuais, assegura o urologista Eduardo Terra Lucas. Isso porque o procedimento não interfere nas estruturas que são responsáveis pela ereção ou nos hormônios.