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Regiões Noroeste e Metropolitana são as mais afetadas pela dengue, aponta Secretaria de Saúde

Estado sofreu com efeitos climáticos que ampliaram a criação do mosquito Aedes aegypti, aumentando os casos da doença

O Noroeste e a Metropolitana são, atualmente, as regiões com mais casos registrados dengue no Rio Grande do Sul. Conforme o Painel da Secretaria de Saúde do Estado, nesta quarta-feira (31) há 1.704 casos confirmados. Destes, 508 são em Tenente Portela e 270 em Barra do Guarita, ambos municípios no Noroeste. Entre os motivos para o aumento, estão os efeitos de eventos climáticos enfrentados pelo Estado. Uma das preocupações da Secretaria de Saúde está na quebra da sazonalidade e na antecipação dos casos.

— Esse mês de janeiro os casos são concentrados na Região Noroeste do Estado e aqui na região metropolitana. Temos casos em Novo Hamburgo, Canoas e Viamão com elevação do número de casos, mas a maior parte atualmente está concentrada no Noroeste do Estado  — explicou a especialista em Saúde do Programa de Arboviroses do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Valeska Lizzi Lagranha, em entrevista ao Gaúcha +, da Rádio Gaúcha.

A dengue tem sintomas similares a doenças típicas. Entre eles, febre, dor de cabeça, muscular, manchas na pele e fadiga. A especialista também alerta para pessoas imunodeprimidas e com comorbidades, já que os casos podem se agravar, ocorrendo vômitos, náuseas e sangramentos.

— Os grandes números de óbitos que temos no Estado quando avaliamos (o histórico), muitas vezes o paciente negligenciou os sintomas e não procurou um atendimento no tempo imediato — enfatizou.

Efeitos climáticos e a sazonalidade

A especialista também explica que o Estado sempre contou com períodos de sazonalidade da dengue, com os picos da doença mais presentes nos meses do verão. Agora, há uma antecipação deste cenário.

— Em vez de ter o pico lá em março ou abril, esperávamos para fim de fevereiro e em março. E surpreendeu também agora em janeiro com esse boom de casos — enfatizou. 

Entre as possíveis explicações, Valeska aponta para as alterações meteorológicas que o Estado têm enfrentado. 

— Tivemos a partir de setembro do ano passado chuva, ciclones, ondas de calor durante todo o inverno — explicou — Essa chuva e onda de calor favorece o desenvolvimento do vetor, que é o mosquito Aedes aegypti. Muitos municípios ainda tem entulhos, tanto em vias públicas, quanto nas residências, nos parques, e em qualquer chuva que venha ter, serve de criadouro para o mosquito — finalizou.

A especialista também lembra que a sensibilização da população também é essencial, no trabalho constante da eliminação dos criadores dos mosquitos, com a limpeza mecânica de locais com água parada. 

Ouça a entrevista completa


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