Um estudo denominado NutriNet-Santé, publicado na terça-feira (6) pela revista científica BMJ, aponta que o consumo de adoçantes artificiais tem um potencial perigo para desenvolver doenças cardiovasculares. O problema em questão, pode afetar o coração e o cérebro, além de membros do corpo.
Os pesquisadores da Universidade de Sorbonne, em Paris, na França, reuniram mais de cem mil voluntários para a realização da análise. Foi concluído que existe uma espécie de "conexão direta" no ato de ingerir adoçantes artificiais — como acessulfame de potássio, aspartame e sucralose — e a incidência da doença.
Devido à nocividade dos açúcares adicionados, adoçantes artificiais são usados como alternativas em milhares de alimentos e bebidas para reduzir a quantidade de açúcar e calorias associadas, mantendo, ao mesmo tempo, o sabor doce. O objetivo da pesquisa era evidenciar se os adoçantes faziam parte da dieta das milhares de pessoas analisadas e que sofreram em decorrência de problemas cardiovasculares.
Aspectos de saúde, como marcadores cardiovasculares, peso, inflamação, hipertensão, disfunção vascular ou perturbação da microbiota intestinal, foram rastreados pelos responsáveis da análise. Durante nove anos de acompanhamento, foram registrados aproximadamente 1,5 mil eventos cardiovasculares.
As pessoas que consomem mais adoçantes, especialmente aspartame e acesulfame K, correm mais riscos de desenvolver câncer, segundo o trabalho publicado por cientistas de quatro instituições, entre elas, a Universidade da Sorbonne.
O estudo ainda indica que os aditivos alimentares não devem ser uma alternativa ao açúcar, algo presente em diversos tipos de bebidas e alimentos. "Os resultados sugerem que os adoçantes artificiais podem representar um fator de risco alterável para a prevenção de doenças cardiovasculares", afirmam os pesquisadores.
O consumo de adoçantes em produtos alimentícios é uma grande pauta no meio científico, que vem debatendo o assunto com maior vigor nos últimos tempos. Ainda há uma divisão sobre o papel do adoçante como um substituto do açúcar ocasionar vários tipos de doença, mas evidências de que há efeitos adversos no consumo, existem.
Um outro estudo, do Weizmann Institute of Science, em Israel, aponta que os adoçantes artificiais não-nutritivos modificam a forma que o organismo funciona. A tolerância à glicose, por exemplo, pode reduzir em razão do consumo dos produtos.