A maior parte dos adolescentes que morreram por covid-19 no Brasil tinha algum tipo de comorbidade. A conclusão é de um levantamento do Instituto Abrace – ONG que apoia pais de crianças e adolescentes que precisam de cuidado intensivo – com base em dados do Sivep/Gripe, do Ministério da Saúde.
Publicados pelo G1, os dados mostram que dos 578 óbitos registrados até o início de julho, na faixa etária dos 12 aos 17 anos, 65% eram de adolescentes com algum tipo de complicação, como asma ou diabetes, por exemplo. Já no número de casos de covid-19, os que tinham comorbidades representavam uma menor parte: dos quase 6 mil casos positivos de coronavírus em todo o país, 39% faziam parte deste grupo.
Entre os adolescentes diagnosticados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que tinham alguma comorbidade, 60% precisaram de suporte ventilatório (respiradores). Já entre o grupo sem problemas prévios, 32% precisaram do auxílio respiratório.
O mesmo ocorre para a letalidade – proporção entre o número de mortes e o total de casos confirmados – da doença: enquanto apenas 5% dos adolescentes sem comorbidades morreram por SRAG, 13% daqueles com doenças prévias foram a óbito por complicações do coronavírus.
Vacinação pelo Brasil
O Estado do Mato Grosso do Sul é o único que já está vacinando o grupo de adolescentes — dos 12 aos 17 anos — com imunizantes contra a covid-19. São Luís, no Maranhão, vacina jovens de 16 anos sem comorbidades. Já o governo do Estado de São Paulo incluiu o grupo no calendário de vacinação, mas somente após toda a faixa dos maiores de 18 anos estar com pelo menos a primeira dose da vacina aplicada.
No Rio Grande do Sul, São Leopoldo iniciou esta semana a vacinação de adolescentes com comorbidades e com mais de 12 anos. Gestantes com menos de 18 anos também serão imunizadas.
Em 8 de julho, a Câmara dos Deputados aprovou a inclusão dos jovens com comorbidades ou deficiência permanente no grupo prioritário para a vacinação contra a covid-19. Como já passou pelo Senado, o projeto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro. Até o momento, o único imunizante que pode ser utilizado em pessoas de 12 a 17 anos é o da Pfizer.