O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Depois de quase um ano e meio de angústia, mães e pais de adolescentes com comorbidades ou deficiência permanente celebraram nesta quinta-feira (8) a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto que inclui esse público no grupo prioritário para a vacinação contra a covid-19. A mesma proposta coloca na lista prioritária gestantes e puérperas, que já estão sendo imunizadas, e lactantes, para as quais a vacinação já ocorre em alguns Estados.
Como já passou pelo Senado, o projeto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro. Caso o texto seja sancionado sem vetos, o Ministério da Saúde deve incluir os adolescentes no plano de operacionalização da vacinação contra a covid-19, liberando a imunização em Estados e municípios. Até o momento, o único imunizante que pode ser utilizado em pessoas de 12 a 17 anos é o da Pfizer.
A definição sobre quais comorbidades serão consideradas para a priorização da vacinação depende da regulamentação da lei pelo governo federal. A expectativa é de que sejam consideradas a mesmas que balizaram a antecipação da vacina para os adultos, como diabetes, hipertensão, doenças pulmonares crônicas e doenças cardiovasculares. Também foram priorizados os imunossuprimidos (como transplantados e pacientes oncológicos).
Antes da aprovação no Congresso, o Ministério da Saúde recebeu diversos pedidos para que os adolescentes do grupo de risco fossem vacinados, mas jamais concedeu essa liberação. A vacina da Pfizer teve o uso autorizado em pessoas a partir de 16 anos em fevereiro. Em junho, foi liberada para a faixa a partir dos 12 anos.
Presidente do Instituto Abrace, ONG que há 15 anos atua nas causas latentes das “mães de UTI”, Denise Crispim diz que a aprovação traz uma dose de esperança às famílias. Por outro lado, lamenta que seja necessária aprovação de lei para que os jovens tenham acesso à vacinação.
— É um dia para celebrar. Esses jovens estavam totalmente invisíveis. É uma pena que uma população tão vulnerável tenha que lutar para que isso vire lei — desabafa.
A partir de agora, a expectativa é para que a sanção e a inclusão do grupo no plano de imunização sejam rápidas.
— Vamos seguir pressionando pela celeridade, para que a vacina chegue logo aos Estados — promete Denise.
No Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou que segue o plano nacional e que a imunização dos adolescentes começará assim que as doses sejam enviadas.
"Sobre a vacinação de jovens, a SES está ciente e, tão logo haja mudança do PNI (Plano Nacional de Imunizações) e sejam disponibilizados quantitativos de doses, a imunização iniciará para esse grupo”, informou a pasta.
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