Há uma semana, a Pfizer anunciou que pediria às autoridades sanitárias norte-americanas – e a outras agências de saúde pelo mundo – uma autorização para aplicar uma terceira dose da sua vacina contra a covid-19 na população. A medida, segundo a farmacêutica, é um esforço para garantir a proteção com o surgimento de novas variantes do coronavírus. Os órgãos reguladores dos Estados Unidos, entretanto, refutam a ideia. As informações são da CNN.
Na segunda-feira (12), representantes da farmacêutica se reuniram com o governo norte-americano para apresentar argumentos em defesa da terceira dose. Ao sair do encontro, Anthony Fauci, conselheiro da Casa Branca no combate à pandemia e diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID, da sigla em inglês) reafirmou à CNN o posicionamento do governo:
— Nada mudou. O CDC e a FDA (entidades regulatórias dos EUA) disseram que, com base nos dados que temos até agora, não há necessidade de reforço. Isso não significa que essa afirmação não possa mudar. Podemos precisar, em algum momento, dar uma dose de reforço para certos grupos — defendeu.
O pedido da Pfizer se baseou em dados fornecidos por Israel, que viu a eficácia das duas doses do imunizante cair de mais de 90% para 64% com a disseminação da variante Delta. Resultados de um outro estudo, no entanto, mostraram que duas doses das vacinas da Pfizer ou da AstraZeneca geram resposta imune contra a variante Delta em 95% dos pacientes vacinados, mesmo que ela seja capaz de escapar de alguns anticorpos monoclonais de laboratório.
Outro trabalho, feito pelo Departamento de Saúde do Reino Unido, demonstrou que a eficácia geral das vacinas contra a doença sintomática da covid-19 em pessoas do grupo de risco está em cerca de 60% após uma dose do imunizante, tanto no caso da Pfizer quanto da AstraZeneca. Já após as duas doses recomendadas, a eficácia das vacinas sobe para 93% para a Pfizer e 78% para a AstraZeneca nesses grupos de risco, concluiu a pesquisa realizada em pessoas entre 16 e 64 anos.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu, em 18 de junho, à Pfizer uma autorização para investigar os resultados da terceira dose.