Da primeira vacina contra a covid-19 aplicada no Brasil, em 17 de janeiro, até agora, o Brasil já soma mais de 117 milhões de doses administradas. No país, quatro imunizantes estão autorizados para uso: Pfizer, CoronaVac, Janssen e Oxford/AstraZeneca.
Com tecnologias diferentes, elas variam no percentual de eficácia, intervalo entre doses e contraindicações. O imunizante da Janssen, por exemplo, é o único, atualmente, que tem regime de dose única. Abaixo, veja as particularidades do imunizante da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
Janssen/Johnson & Johnson
Uso emergencial aprovado pela Anvisa em 31 de março de 2021
Eficácia
- 66% para casos moderados e graves 28 dias após a vacinação.
- Já a eficácia para casos graves/críticos é de 85% depois de 28 dias da imunização.
Ação contra variantes
- Em 1º de julho, a farmacêutica publicou um pré-print (ainda não revisado por outros cientistas) no qual revelou que a vacina induziu a atividade de anticorpos neutralizantes contra a variante Delta em um nível maior do que foi observado contra a Beta (da África do Sul).
Público
- No Brasil, é aplicada em pessoas acima dos 18 anos, com exceção das gestantes.
Faixa etária
- Autorizada apenas a partir dos 18 anos.
- Já tem estudo em andamento com adolescentes entre 12 e 17 anos.
Interações medicamentosas
- Conforme a bula, não foram realizados estudos de interação.
Fabricante
- Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
Tecnologia
- Vetor viral: outro vírus atua como vetor para estimular a resposta imune do organismo.
Intervalo entre doses
- É aplicada em dose única.
Contraindicações
- A Anvisa passou a contraindicar a vacina para gestantes. O governo gaúcho ampliou a recomendação para as puérperas. Também não devem usar o imunizante pessoas com histórico de extravasamento capilar.
Efeitos adversos
- Até agora, foram registrados casos raros de trombose com trombocitopenia e de desenvolvimento de síndrome de Guillain-Barré. Os casos de trombose somavam seis após 6,8 milhões de doses administradas nos Estados Unidos.
- Já as ocorrências de Guillain-Barré foram reportadas em uma proporção de cem entre 12,5 milhões de doses aplicadas.
- Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, revelam que os benefícios da vacina, entretanto, superam os riscos potenciais e que o imunizante segue sendo autorizado.
Estudos/alertas
- Em 13 de julho, a Anvisa solicitou à farmacêutica alterações na bula para incluir contraindicação de uso para pessoas com histórico de síndrome de extravasamento capilar.
- A Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), órgão regulatório norte-americano, emitiu um alerta, em 12 de julho, chamando a atenção para o risco aumentado de desenvolver síndrome de Guillain-Barré. A FDA explicou que, embora as evidências sugiram uma associação entre a vacina e o aumento dos casos da síndrome, os dados são insuficientes para estabelecer uma relação causal.
- Um estudo liderado por cientistas da New York University, dos Estados Unidos, publicado em um site pré-print, ou seja, que ainda não foi revisado por pares, concluiu que a vacina da Janssen pode ser menos eficaz contra as novas variantes Delta (identificada na Índia) e Lambda (originária no Peru). Apesar dos achados, os pesquisadores lembram que o foco deve seguir na imunização primária, mas não descartam necessidade de uma dose reforço no futuro.