Primeira vacina contra a covid-19 em dose única, o imunizante da Janssen seria menos eficaz contra as variantes Delta (identificada na Índia) e Lambda (originária no Peru) na comparação com a versão original do coronavírus. A conclusão consta em um estudo liderado por cientistas da New York University, dos Estados Unidos, publicado na segunda-feira (19) em um site pré-print, ou seja, que ainda não foi revisado por pares.
No trabalho, os pesquisadores compararam as respostas da vacina da Janssen com as duas de RNA mensageiro, a da Pfizer e a da Moderna – não disponível no Brasil. Os resultados mostraram que a proteção contra as variantes se manteve alta com as doses de RNA mensageiro, porém, diminui bastante com a dose única da Janssen.
De acordo com o The New York Times (NYT), esses dados são condizentes com os já mostrados com apenas uma dose da AstraZeneca — que tem tecnologia similar à da Johnson & Johnson.
— A mensagem que nós queremos dar não é que as pessoas não devam tomar o imunizante da Janssen, mas esperamos que, no futuro, ela seja reforçada com outra dose da mesma farmacêutica ou da Pfizer e da Moderna — falou, ao NYT, Nathaniel Landau, virologista líder do estudo.
Para os pesquisadores, os dados enfatizam a importância da vigilância das infecções, com o aumento das variantes. Se houver crescimento no contágio junto com casos graves de covid-19, isso justificaria uma discussão sobre a possibilidade de uma dose de reforço. Eles destacam que, atualmente, essa necessidade não é evidente, portanto, as autoridades devem se concentrar na vacinação primária, ou seja, na ampliação da cobertura vacinal.