Da primeira vacina contra a covid-19 aplicada no Brasil, em 17 de janeiro, até agora, já são mais de 124 milhões de doses administradas. No país, quatro imunizantes estão autorizados para uso: Pfizer, CoronaVac, Janssen e Oxford/AstraZeneca.
Com tecnologias diferentes, as vacinas variam no percentual de eficácia, intervalo entre doses e contraindicações. O imunizante Oxford/ AstraZeneca foi desenvolvido em uma parceria entre a Universidade de Oxford, no Reino Unido, com a farmacêutica Astrazeneca. A autorização para uso emergencial no Brasil ocorreu em janeiro e o registro definitivo foi dado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março desde ano.
Abaixo, veja as particularidades do imunizante da Oxford/AstraZeneca.
Oxford/ AstraZeneca
Segundo imunizante a obter registro definitivo no Brasil
Eficácia
- Em estudo feito nos Estados Unidos, Peru e Chile, a vacina teve 79% de eficácia com as duas doses.
- A farmacêutica também afirmou que a eficácia foi de 80% em pessoas acima de 65 anos.
- Com uma dose, a eficácia chega a 60% em grupos de risco, conforme outro estudo.
Ação contra variantes
- A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou estudo afirmando que o imunizante tem eficácia acima dos 70% para proteger da variante brasileira, batizada de Gama. Uma nova pesquisa conduzida pela Fundação, em parceria com o Ministério da Saúde, deve avaliar o grau de proteção contra as demais variantes do coronavírus.
- Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine mostrou que duas doses da vacina da AstraZeneca são quase tão eficazes contra a variante Delta quanto se mostraram contra a versão original do coronavírus. Segundo os dados, o imunizante teve eficácia de 67% contra a nova cepa versus 74,5% apresentados originalmente.
Público
- No Brasil, são vacinadas pessoas a partir dos 18 anos, com exceção das gestantes. No Rio Grande do Sul, as puérperas também foram incluídas na lista das pessoas que não devem receber o imunizante.
Faixa etária
- Autorizada a partir dos 18 anos. No Reino Unido, um estudo com adolescentes chegou a ser iniciado, mas foi interrompido.
Interações medicamentosas
- Não há detalhes sobre possíveis interações em bula, devendo um médico ser consultado antes de tomar a vacina, nesses casos.
Fabricante
- Parceria entre a a Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca. No Brasil, é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Tecnologia
- Vetor viral: tecnologia usada para desenvolver a vacina se vale de um outro vírus inofensivo para introduzir genes do coronavírus nas células e, assim, gerar resposta imune.
Intervalo entre doses
- Conforme a bula, o intervalo entre doses deve ter entre quatro e 12 semanas.
- Recentemente, alguns Estados, incluindo o Rio Grande do Sul, reduziram o tempo para 10 semanas.
- A Fiocruz esclareceu que, com apenas uma dose a proteção já é significativa e, com intervalo maior entre as doses, a resposta imunológica é mais robusta.
Contraindicações
- Em bula, a fabricante alerta para pessoas que já tiveram formação de coágulo sanguíneo importante associado a baixos níveis de plaquetas (trombocitopenia), após receber qualquer vacina para a covid-19.
- Também no documento, o fabricante destaca contraindicação para alergia grave a qualquer um dos princípios ativos do imunizante.
- A Anvisa solicitou, em 12 de julho, a alteração na bula da vacina, incluindo a contraindicação para pessoas com histórico de síndrome de extravasamento capilar. Segundo a Agência, trata-se de um evento raro, porém, grave.
- No começo de julho, a Anvisa também recomendou que gestantes não usassem vacinas de vetor viral.
Efeitos adversos
- Em bula, o destaque é para dor, hematoma e coceira no local da aplicação, indisposição, fadiga, calafrio ou sensação febril, dor de cabeça, enjoos e dores musculares e articulares. Raros são os registros de coágulos sanguíneos em combinação com níveis baixos de plaquetas no sangue (trombocitopenia). A frequência desses registros foi inferior a um em 100 cem mil indivíduos vacinados.
Estudos/ alertas
- Um estudo para avaliar uma terceira dose em pessoas que receberam o imunizante foi autorizado pela Anvisa nesta semana. Esta terceira dose da vacina será aplicada entre 11 e 13 meses após a segunda dose.
- Outro estudo de fases II/ III será conduzido no país para avaliar um imunizante atualizado para conferir proteção contra a variante Beta, originária na África do Sul.
- Assim como para a Janssen, a Anvisa solicitou ao fabricante da vacina de Oxford que altere a bula, contraindicando o uso para para pessoas com histórico de síndrome de extravasamento capilar.
- Um estudo dinamarquês concluiu que a combinação da primeira dose da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca com uma segunda dose de imunizantes de RNA mensageiro (RNAm), como os produzidos pela Pfizer/BioNTech ou Moderna – não aplicada no Brasil –, fornece "boa proteção ".