Você sabe todas as vacinas que já tomou na vida? Ou quais ainda necessita tomar depois de adulto? E, não menos importante, onde está a sua caderneta de vacinação? Perguntas como essas surgem ao se deparar com a queda na cobertura vacinal da população brasileira. Há cinco anos, o Brasil alcançava índices superiores a 95% na imunização de doenças até mesmo consideradas erradicadas. Hoje o Rio Grande do Sul, por exemplo, registra uma queda média de 15% na cobertura contra sarampo, coqueluche e paralisia infantil.
De acordo com a chefe do Centro de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Tani Ranieri, a procura pelas doses em crianças está reduzindo, mas é ainda menor nas faixas etárias dos 11 a 19 anos e 29 a 59 anos.
— A vacina é, sem dúvida, uma das maiores medidas de controle sanitário no mundo. A gente precisa pensar no coletivo e não no individual. Afinal, os vírus circulam no mundo e a gente também circula pelo mundo — observa.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Calendário Nacional de Vacinação contempla não só as crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. Para todos os públicos são disponibilizadas 45 diferentes imunobiológicos.
Mesmo quem está com a carteirinha infantil completa, ainda precisa fazer reforços de algumas vacinas ao longo da vida. É o caso da Dupla Adulto, ou dT, que combate difteria e tétano. Ela precisa ser tomada a cada 10 anos como reforço. Se nunca aplicada, ela pode exigir três doses – incluindo a cepa contra a coqueluche (a chamada tríplice bacteriana).
A imunização contra a febre amarela, quando não feita nos primeiros anos de vida, precisa ser providenciada na fase adulta.
— Ainda mais com esse surto da doença no Brasil. Não sabemos como ela vai se comportar a partir de novembro, quando pode começar um novo ciclo de casos — destaca Tani.
O combate à hepatite B também passa pela vacina. Dependendo do ano de nascimento, algumas pessoas podem estar com o esquema vacinal incompleto e precisa regularizar. Quando adulto, são três doses de acordo com os intervalos pré-estabelecidos.
— Dúvidas sobre que doses já foram aplicadas são respondidas pelos próprios registros na caderneta. As pessoas deveriam ter mais cuidado com os documentos — critica.
Mas se você é uma dessas pessoas que, com o passar dos anos, perdeu a carteirinha, a recomendação é uma só: busque um posto de saúde.
— Fale com os profissionais, explique a situação, exponha seu histórico de doenças. De maneira geral, não existe nenhuma contraindicação em tomar mais uma vacina caso não saiba se já está imunizado — tranquiliza.
Mas, desta vez, guarde com segurança esse novo documento e respeite os prazos quando mais de uma dose é necessária.
Perguntas e repostas
Perdeu a carteirinha e não sabe o que fazer?
Não se preocupe. Você pode ir até o posto de saúde que sempre se vacinou e pedir uma segunda via do documento. Mas se isso não for possível, você pode procurar qualquer posto de vacinação e relatar seu histórico. Mesmo que não saiba exatamente quais vacinas você já recebeu, não tem problema ser imunizado mais uma vez.
Quantas vacinas são feitas ao longo da vida?
Conforme o Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Imunizações do Brasil oferta 45 diferentes imunobiológicos para toda a população. Há vacinas destinadas a todas as faixas-etárias e campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação.
Quais são feitas até os nove anos de idade?
Ao nascer, o bebê já recebe a BCG e a vacina contra a hepatite B. Com dois meses, são aplicadas as primeiras doses de penta-valente (contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e haemophilus influenzea tipo b), poliomielite, pneumocócica e rotavírus. No terceiro mês, é a primeira dose da meningocócica C. Aos quatro meses são as segundas doses das vacinas aplicada no 2º mês de vida. No quinto mês tem a segunda dose contra a meningite. No sexto mês aplicam-se as terceiras doses daquelas três do segundo mês de vida.
Aos nove meses, o bebê recebe a dose única da vacina contra a febre amarela. Com um ano de idade, ocorre o reforço da pneumocócica e meningocócica C, além da primeira dose da tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba)
Aos 15 meses de vida, tem os primeiros reforços da penta-valente e da poliomielite, além da dose contra hepatite A e tetra-viral (que é a tríplice mais a varicela).
Aos quatro anos já é a vez do segundo reforço das vacinas pentavalente e poliomielite, além da dose contra a varicela (a conhecida catapora).
Dos nove anos 19 anos, quais vacinas são?
São três doses contra hepatite B, dependendo da situação vacinal; além de um reforço da meningocócica C (ou dose única, caso não vacinado),;dose única da febre amarela (caso não tenha feito quando criança); duas doses de tríplice viral; duas doses da vacina contra HPV; e reforço da vacina contra a difteria e tétano, a dT.
Dos 20 a 59 anos, tem vacina ainda a ser feita?
Tem sim. Tem a dupla adulto, contra difteria e tétano, para reforçar a cada dez ano. Dependendo do esquema vacinal, ainda é preciso três doses contra hepatite B; a dose contra a febre amarela, se ainda ficou pra trás; uma ou duas doses de tríplice viral; e a pneumocócica.
E depois dos 60, ainda tem?
Tudo depende de como está teu histórico de vacinas. Anualmente se tem a da gripe e um reforço da pneumocócica. Mas também pode ser preciso fazer a da hepatite B e três doses da dupla adulto.