Os depósitos provisórios de lixo instalados em Porto Alegre não têm prazo ou previsão de término das operações. É o que afirma o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). Atualmente, há três "bota-espera" na Capital, que são locais abertos ao público para o depósito de materiais como móveis e colchões. Porém, a prefeitura ainda mantém serviços em outros cinco terrenos provisórios. Segundo o DMLU, tratam-se de espaço de uso exclusivo do departamento e que, em alguns casos, estão "encerrando operações".
Uma desta áreas é alvo de um procedimento do Ministério Público Federal (MPF). O depósito de lixo improvisado funciona na Avenida Loureiro da Silva, 678, próximo à sede da Receita Federal. Uma reunião realizada na última quarta-feira (12) tratou do assunto, com a participação do MPF, DMLU e Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
— Em princípio, são 60 dias que o município e o DMLU pediram a cessão desse terreno para a Polícia Federal. Nos pareceu razoável o prazo, tendo em vista a situação emergencial. A Fepam, categoricamente, afirmou que, em termos ambientais, era a melhor solução. Melhor do que deixar esse resíduo espalhado pela cidade, perto das casas, podendo causar uma série de doenças para a população — afirma o procurador da República Cláudio Terre do Amaral.
Segundo o procurador, o DMLU reforçou na reunião que as áreas recebem apenas resíduos inertes de classe 2. São móveis, colchões e objetos descartados por moradores de casas atingidas pela enchente, e não outros materiais. O risco de incêndios também é uma preocupação do MPF.
— Sempre existe um risco. Mas o que me informaram é que existe segurança no local, inclusive durante 24 horas. Isso nos deixou mais tranquilos — diz o procurador.
Segundo o DMLU, o terreno alvo da investigação está tendo "operações encerradas". É a mesma situação da área vizinha ao Dmae na Avenida Loureiro da Silva, 104, no Centro Histórico. Outros terrenos também transformados em depósitos provisórios de lixo ficam na Avenida Voluntários da Pátria (próximo à Avenida Cairú), no bairro Floresta, na Avenida dos Estados, no bairro São João e no Porto Seco. A tentativa de instalar um depósito provisório no bairro Humaitá foi alvo de protesto de moradores.
Das áreas improvisadas, o lixo recolhido em Porto Alegre é destinado a um aterro em Gravataí. Até o momento, foram retiradas 61.356 toneladas de resíduos das ruas, como restos de móveis estragados, raspagem de lodo acumulado e lixo de varrição.
Terrenos de "bota-espera"
Moradores e empresas podem fazer o descarte de resíduos pós-enchente em algum dos pontos bota-espera abaixo:
- Terreno no Sarandi (próximo da Avenida Severo Dullius) - Rua Sérgio Jungblut Dieterich, 1201 - Sarandi - 8h às 22h;
- Terreno no Humaitá – Rua Voluntários da Pátria, S/N, Acesso 4 - 8h às 18h;
- Terreno na Serraria - Avenida da Serraria, 2517 - 8h às 18h.