A demora para a conclusão do trabalho de limpeza de ruas e avenidas de municípios gaúchos passa pela falta de maquinário e mão de obra. É o que afirma o Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem do Rio Grande do Sul (Sicepot-RS). A entidade representa empresas que operam máquinas pesadas, como escavadeiras, retroescavadeiras, caminhões basculante e tratores de esteira.
O setor vive um salto na demanda em razão do trabalho de limpeza. O cálculo é que, somente em Porto Alegre, 350 máquinas estejam em operação.
— Não tem máquina para limpar todas as cidades, estamos falando de 475 municípios atingidos, uns mais, outros menos. Fora limpeza urbana, estamos reconstruindo estradas, ruas, diques e fazendo uma série de obras — afirma o presidente do Sicepot-RS, Rafael Sacchi.
Sacchi calcula que, na Capital, seriam necessárias em torno de 600 máquinas. Para dar conta da demanda, empresas estão alugando maquinário até de outros Estados. A entrada de novos elos na cadeia da indústria de obras e terraplenagem impacta nos valores cobrados.
— O problema é que na ausência de equipamentos, eu vou ter que fazer uma chamada de equipamentos de fora. O lucro dessa locadora é diferente do meu, o meu lucro é precificado pela administração pública, o dele é o lucro que ele estabelecer. No mercado, uma máquina que custava, por exemplo, R$ 12 mil ou R$ 14 mil por mês, hoje está custando R$ 22 mil, R$ 25 mil — afirma o presidente da entidade.
Em razão desses impactos financeiro, Rafael Sacchi se diz preocupado com eventuais responsabilizações por parte de órgãos de controle.
— As prefeituras não vão conseguir equipamentos, vão fazer chamamento, as empresas vão ofertar preços muito acima do que habitualmente se oferta e depois vai vir tribunal de contas dizendo que estão fazendo rolo, que as empresas estão roubando. Questionam como é que num contrato se aceitou um preço e no outro se fez pelo dobro — afirma Sacchi.
Falta de mão-de-obra
Entre os tipos de máquinas mais demandadas na limpeza de cidades estão escavadeira, retroescavadeira, trator de esteira, caminhão comboio (para abastecimento), caminhão basculante (para levar material embora) e minicarregadeiras com concha e vassoura mecânica. O setor identifica ainda a falta de mão-de-obra. Entre os profissionais que há falta estão motoristas de caminhão basculante, motoristas de carretas, operadores de retroescavamento, de carregadeiras e minicarregadeiras.