Após desistência da empresa que assumiria o reforço na coleta de lixo em Cachoeirinha, a prefeitura do município convocou a quarta classificada no chamamento emergencial para o serviço. Atualmente, quatro caminhões de lixo atuam na cidade. Com o novo contrato, que foi assinado nesta terça-feira (19), mais quatro veículos passarão a operar. Eles são trazidos de Minas Gerais e devem chegar ao RS nesta noite e passar a operar na quarta-feira (20), segundo a gestão municipal, totalizando oito veículos.
Para agilizar a coleta, a prefeitura afirma que a empresa terceirizada disponibilizou, nesta terça-feira, quatro caçambas e uma retroescavadeira. A expectativa da prefeitura é normalizar a coleta até a sexta-feira (22).
Moradores da localidade enfrentam o problema de coleta há mais de duas semanas, quando uma operação que investiga suposto esquema de corrupção envolvendo a gestão do prefeito Miki Breier e duas empresas que atuavam na limpeza da cidade suspendeu o recolhimento. O município decretou situação de emergência na última sexta-feira (15), em razão do lixo acumulado nas ruas.
No dia 9 de outubro, o serviço foi retomado graças à contratação emergencial da empresa ECSAM Serviços Ambientais, que colocou quatro caminhões de lixo para circular no município. Para dar conta da coleta, um novo chamamento emergencial foi feito na sexta (15). A quarta colocada é também a ECSAM, que será a responsável pelos oito caminhões em operação na cidade.
De acordo com o Executivo municipal, duas empresas que se inscreveram no chamamento não tinham os requisitos solicitados pela prefeitura para participar do processo, e foram desclassificadas.
Outra, a Limpex, teria confirmado que assumiria o serviço e marcado de assinar o contrato com a gestão municipal na tarde de segunda (18). Conforme o prefeito em exercício Maurício Medeiros, no entanto, a empresa informou no fim do dia de segunda sobre a desistência, sem justificar o motivo. GZH tenta contato com a empresa para esclarecimento.
— A primeira colocada não tinha a documentação necessária para participar do processo. A segunda nos confirmou que assumiria o contrato ainda na sexta, mas só no final da segunda nos informou que iria desistir, sem nenhuma justificativa. Ficamos o dia tentado contato. Então fomos para a terceira colocada, que não tinha os caminhões adequados para o serviço, conforme especificamos no chamamento. Então por que elas se inscrevem? Elas atrasam o processo e prejudicam 130 mil moradores que estão sem coleta de lixo. É uma falta de consideração muito grande — justifica.
Medeiros afirmou ainda que a prefeitura pretende penalizar as empresas que causaram atraso no processo de contratação da coleta.
"As empresas que recusaram a execução dos serviços sem justificativa plausível foram notificadas pela prefeitura e podem ser penalizadas devido aos transtornos causados à cidade", disse a pasta em nota.
Na manhã de segunda, a reportagem de GZH circulou por ruas do município e observou bastante lixo acumulado, com contêineres transbordando e sacolas cheias amontoadas sobre as calçadas. Em alguns pontos, a quantidade de resíduos faz com que motoristas precisem contornar os montes para passar pela via. O problema ocorre em diferentes bairros, como Cohab, Vila City e Vila Imbuí. Perto da entrada da cidade, na Avenida Flores da Cunha, a situação era um pouco melhor, com alguns contêineres sem excesso de lixo. Outros, no entanto, também transbordavam.