As primeiras famílias deixaram o prédio Galeria XV de Novembro, conhecido como Esqueletão, no Centro Histórico, nos últimos dias. O edifício abandonado e inacabado desde a década de 1950 está em processo de desocupação — laudo preliminar de 2018 apontou que ele corre risco crítico de desabamento, e o Ministério Público chegou a pedir sua demolição.
A prefeitura terminou há um mês os atendimentos individuais com os ocupantes, e as primeiras saídas ocorreram de forma consensual. Embora haja, desde dezembro de 2019, decisão favorável à desocupação — postergada em razão da pandemia —, a Justiça ainda não expediu o mandado estipulando prazo máximo para as pessoas deixarem o edifício.
Segundo a Secretaria de Planejamento, uma família se mudou no sábado (20) e duas nesta quarta-feira (24). O Departamento Municipal de Habitação (Demhab) ajudou no traslado dos objetos pessoais, e a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) auxiliará através das políticas de acolhimento que desenvolvem. A prefeitura garante que as famílias serão contempladas com auxílio-moradia.
Ao todo, o Poder Público relacionou 12 famílias residindo no edifício. Com relação aos moradores que não apresentam intenção de saírem espontaneamente, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) aguarda a expedição de mandado judicial para a desocupação total do prédio.
A gestão de Sebastião Melo não decidiu o que será feito com o prédio depois que todos os ocupantes saírem.
— Primeiro, temos a sua desocupação; depois, a conclusão do laudo estrutural em andamento; por último, iremos dar uma destinação ao imóvel — diz o secretário municipal de Planejamento, Cezar Schirmer.
Para embasar essa decisão, a prefeitura planeja realizar um laudo técnico mais aprofundado da estrutura do prédio, mas ainda não avançou na contratação.