Vinte e dois meses depois de ser parcialmente destruído por um temporal, o Ginásio da Brigada Militar será demolido por completo até a metade de setembro. O imóvel, situado na esquina das Avenidas Ipiranga e Silva Só, no bairro Santa Cecília, foi incluído em uma permuta pela construção de um presídio em Sapucaia do Sul.
O vendaval que arrancou metade do telhado e danificou a estrutura ocorreu em outubro de 2017. Meses depois, o governo estadual decidiu que iria demolir o centro esportivo e leiloar o terreno, avaliado em R$ 41 milhões, junto à Escola dos Bombeiros.
Posteriormente, o Ministério do Trabalho suspendeu a demolição, que ficou paralisada por um longo período, e o leilão convocado pelo Estado não teve interessados. Com isso, a opção foi incluí-lo em uma permuta com a Verdi Sistemas Construtivos, que receberá a posse definitiva do terreno depois da conclusão da casa prisional.
Relembre como foi o imbróglio que envolveu o ginásio se arrastou até agora:
Outubro de 2017
Um temporal que atingiu Porto Alegre arrancou 50% do telhado do ginásio e danificou a cobertura na outra metade da estrutura. Salas de lutas, musculação e ginástica e a quadra poliesportiva também foram avariadas.
Janeiro de 2018
Três meses depois da tempestade, o governo do Estado decidiu pela demolição do imóvel e leilão do terreno, avaliado em R$ 41 milhões, até o final de fevereiro do mesmo ano. Ainda em janeiro, o Conselho Regional de Engenharia do Rio Grande do Sul pediu providências à Brigada Militar, com receio de que uma das paredes pudesse desabar.
Fevereiro de 2018
Lançada a licitação para o leilão do ginásio, localizado junto à Escola dos Bombeiros. O governo estadual pretendia arrecadar R$ 125,88 milhões com os dois terrenos.
Março de 2018
O processo licitatório terminou sem interessados e o governo desistiu de abrir um novo leilão de venda.
Abril de 2018
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego suspendeu a demolição do ginásio. Fiscais do Ministério do Trabalho estiveram no local e constataram risco aos trabalhadores e à população, ausência de projeto técnico e irregularidades trabalhistas. Na oportunidade, era feita a limpeza da área e apenas parte da cobertura havia sido demolida.
Junho de 2018
O governo bateu o martelo e decidiu trocar o terreno do ginásio por um presídio, a ser construído em Sapucaia do Sul. O então secretário de Modernização Administrativa e Recursos Humanos, Raffaele Di Cameli, argumentou que a permuta seria uma alternativa mais rápida e segura e garantiu que o terreno seria entregue apenas com a obra da nova casa prisional pronta.
Abril de 2019
A empresa Verdi Sistemas Construtivos, que receberá o ginásio e outras seis salas e três boxes de garagem do Instituto de Previdência do Estado em troca da construção do presídio em Sapucaia do Sul, confirmou a demolição do prédio. Na época, a diretora corporativa da Verdi, Carla Deboni, afirmou que, embora não houvesse risco de desabamento, a decisão por demolir o imóvel foi tomada a partir do desconforto e do questionamento público sobre a situação do ginásio.
Julho de 2019
Contratada pela Verdi, a empresa Remov Demolidora retomou a demolição do ginásio, com a promessa de encerrar os trabalhos até a metade de setembro. Um guindaste auxilia no trabalho de derrubar as paredes.