Pontos tradicionais de Porto Alegre, o Mercado Público, a Ponte de Pedra, a Usina do Gasômetro, o Cais Mauá e o Viaduto Otávio Rocha foram, em décadas passadas, cenários que retrataram belos cartões-postais emitidos na Capital.
Com o tempo, cada um desses locais passou por algum tipo de transformação. Parte precisou de obras, que transformaram, em alguns casos, a identidade apresentada nos postais antigos. Em alguns desses cenários, a circulação é restrita ao grande público e não há certeza sobre a conclusão das modificações.
Assim como as transformações na paisagem urbana deixaram características de uma época que ficou para trás, o hábito de enviar postais também virou lembrança. A ânsia de apresentar lugares desconhecidos, escrever cuidadosamente uma mensagem ao destinatário e levar o cartão aos Correios foi substituída pelo imediatismo das dezenas de fotos e mensagens rápidas enviadas pelo celular em poucos segundos.
De alguma forma, os cartões-postais serviam para apresentar a cidade aos conhecidos que nunca pisaram na Capital, aos forasteiros ou mesmo aos desgarrados. E os pontos turísticos davam cara e tamanho a uma Porto Alegre que crescia exponencialmente durante o século 20.
Nas últimas semanas, o fotógrafo de GaúchaZH Mateus Bruxel percorreu o centro de Porto Alegre e retratou, em imagens, como estão esses locais que já foram símbolo de orgulho para quem vive na Capital.
Confira a transformação
Usina do Gasômetro
Originalmente uma usina de carvão mineral, o prédio foi inaugurado em 1928. Em 1970, a usina foi desativada e, anos depois, tombada e transformada em centro cultural, que abrigou atividades de dança, teatro e artes visuais até 2017. Com o projeto de revitalização pronto, a prefeitura planejava lançar o edital ainda em junho, o que não ocorreu. A expectativa é de que o espaço seja reaberto em 2020.
Mercado Público
O prédio histórico, datado de 1869, tem uma planta quadrangular e foi pensado para concentrar o comércio da cidade. Tombado pelo município, pelo Estado e pela União, tem forte influência neoclássica e foi revitalizado na década de 1990. Passou por quatro incêndios desde a construção: em 1912, 1976, 1979 e 2013. Este último provocou a interdição do segundo andar do mercado, que permanece fechado e não tem previsão para reabrir. Em 3 de outubro, o Mercado Público completará 150 anos.
Cais Mauá
Construído no início do século 20, é formado por 11 armazéns históricos, com comprimento de aproximadamente 90 metros cada. A inauguração foi realizada em 1921, mas o projeto inicial só foi concluído em 1937. Desativado completamente em 2005, teve o primeiro projeto de revitalização apresentado em 2007. O contrato entre o governo do Estado e o consórcio Cais Mauá do Brasil foi assinado em 2010 e rompido unilateralmente em 30 de maio deste ano, sem que nada tivesse saído do papel. Ainda assim, a ideia é que um projeto inicial seja entregue até o final do ano.
Ponte de Pedra
A Ponte de Pedra, também chamada de Ponte dos Açores, foi concluída em 1854 e tombada pelo município em 1979, quando ganhou um espelho d’agua. Está com a visitação interrompida por conta da obra de revitalização do Largo dos Açorianos, que já dura quase mil dias e foi adiada seis vezes. Os trabalhos foram encerrados no final de junho, mas a prefeitura determinou que a empresa responsável faça correções na estrutura antes da entrega definitiva.
Viaduto Otávio Rocha
A estrutura construída sobre a Avenida Borges de Medeiros foi entregue à população em 1932, conforme orientação do primeiro Plano Diretor da cidade, que previa uma rua para ligar as zonas leste, sul e central de Porto Alegre, isoladas pelo chamado "morrinho". Reformado entre 2000 e 2001, tem mais de 30 lojas, com utilidades diversas. Os moradores de rua foram retirados do local em 2016 e, em 2018, a prefeitura chegou a elaborar um projeto para a revitalização do viaduto, mas, por ora, ainda não sinalizou o lançamento de edital.