A defesa do ex-ministro da Justiça e ex-Secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres pediu para que ele passe por uma avaliação psicológica. O acompanhamento de rotina faz parte do protocolo de atendimento aos presos. O ex-ministro tem depoimento marcado para esta segunda-feira (24), sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições. A defesa espera a avaliação para saber se ele tem condições de depor.
Torres está preso preventivamente há quase cem dias. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou na semana passada mais um pedido da defesa para colocá-lo em liberdade.
A prisão foi decretada na investigação sobre o papel de autoridades nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Ele é o único que permanece preso. O ex-ministro fica em uma Sala de Estado Maior no Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal.
Pessoas próximas ao ex-ministro afirmam que ele está deprimido e ficou mais abatido após saber que não seria colocado em liberdade. Uma das principais inquietações é ficar longe da família. Ele tem três filhas menores de idade que não vê desde que foi preso.
Torres passou pelo primeiro atendimento psicológico no dia 17 de janeiro, três dias depois de se entregar.
O ex-ministro trocou a defesa recentemente. O advogado anterior, Rodrigo Roca, já havia trabalhado para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O escritório de Eumar Roberto Novacki, que já foi chefe da Casa Civil do Distrito Federal no governo de Ibaneis Rocha (MDB), assumiu o caso. Ele tem defendido que não há mais justificativa para a prisão preventiva. Um dos argumentos é de que Anderson Torres não está mais no cargo, não oferece risco às investigações, tem endereço fixo e poderia ser monitorado por tornozeleira eletrônica.