Imagens divulgadas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) neste final de semana mostram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou uma hora no Palácio do Planalto no dia em que a sede do Executivo foi alvo de invasores golpistas, em 8 de janeiro. As gravações também flagraram o ministro da Justiça, Flávio Dino, exaltado durante uma conversa com o colega José Múcio, titular do Ministério da Defesa.
Durante a visita, Lula vistoriou locais que haviam sido revirados pelos invasores e conversou com assessores e ministros. O presidente chegou de carro ao palácio às 21h24min e subiu direto para a sua sala no terceiro andar, que não havia sido acessada pelos invasores. Lula então percorre o gabinete presidencial, que tinha sido invadido.
As imagens capturaram o momento em que o presidente aponta para um equipamento de combate a incêndio que tinha sido danificado pelos invasores e demonstra indignação. Na sequência, depois de Lula deixar o gabinete, Dino aparece visivelmente irritado ao conversar com Múcio.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, se junta ao grupo demonstrando também estar incomodado. Costa chega a puxar Dino pelo braço e levar ele e Múcio para outro um local.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, os líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o ministro da Integração Nacional, Waldez Góes, aparecem no mesmo ambiente. Lula deixou o Palácio de carro às 22h22min.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência envie para a Corte todas as imagens captadas no Planalto no dia 8 de janeiro.
Na quarta-feira, a CNN divulgou trechos de vídeos das câmeras de segurança do palácio que mostram o então ministro do GSI, Gonçalves Dias, caminhando pelo local em meio aos invasores. Após a divulgação, Dias pediu demissão.