O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, acusou os generais Augusto Heleno, que chefiou a pasta durante o governo Jair Bolsonaro, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa que concorreu como vice na chapa do ex-presidente à reeleição, de participação nos atos extremistas de 8 de janeiro.
"Eu sei o que vi e ouvi comandando as tropas no dia 8/1. Não é possível falsificar os fatos criando uma narrativa a-histórica como tentam fazer extremistas terraplanistas. Onde estão Heleno e Braga Neto? Se há um general conspirador e golpista, certamente não é o honrado Gdias", escreveu Cappelli, no Twitter.
Gonçalves Dias pediu demissão do cargo na última quarta-feira (19), após imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto terem sido divulgadas pela CNN Brasil. As gravações mostram o então ministro circulando pelos corredores do prédio no dia 8 de janeiro, abrindo portas e indicando rotas de saída para alguns dos invasores.
Não há no governo desconfiança com relação à lealdade de Gonçalves Dias a Lula. A avaliação do presidente é de que o general foi enganado pela própria equipe do GSI, que no início do ano era composta, em sua maioria, por apoiadores de Bolsonaro.
Em entrevista ao site Congresso em Foco no sábado (22), Cappelli já havia dito que as investigações da Polícia Federal (PF) "muito possivelmente" indicarão participação do general Heleno nos atos extremistas.