Manifestantes contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usaram prédios da Capital como cenário para expressar apoio à prisão de Lula. No final da noite desta terça-feira (23), frases como "Lula preso" e "Dá-lhe TRF4" foram projetadas no prédio do Centro Administrativo Fernando Ferrari, na região central da Capital, e no Hotel Sheraton, no bairro Moinhos de Vento. Conforme a Brigada Militar, os dizeres ficaram expostos por poucos minutos.
Nas redes sociais, diversas pessoas apoiaram a ação e publicaram fotos do ato. O vereador de Porto Alegre, Felipe Camozzatto, do Partido Novo, foi uma delas. Em sua página do Facebook, ele postou que "alguém embelezou a noite porto-alegrense", e questionou se a cúpula do PT, que, segundo ele, estaria hospedada no Hotel Sheraton, teria gostado da mensagem.
Ao longo da terça-feita, véspera do julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), Porto Alegre teve atos pró e contra Lula.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de ato na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, contra sua condenação na Lava-Jato pelo TRF4. O petista deixou o local por volta das 20h15min.
No bairro Moinhos de Vento, manifestantes realizaram ato pedindo a condenação do ex-presidente. A série de manifestações contrárias ao petista foi organizada pelo movimento Vem pra Rua.
Julgamento de Lula
Condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva terá sua apelação julgada pelo TRF4, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (24). A condenação é referente à denúncia na 13ª Vara Federal de Curitiba por supostamente ter recebido propina da construtora OAS em troca de favorecimentos à empreiteira em contratos na Petrobras. O suborno, no total de R$ 3,7 milhões, teria sido pago com a aquisição e reforma de um triplex no Guarujá (SP) e com o custeio do armazenamento de seu acervo presidencial.
Os advogados pedem a absolvição do petista, alegando que a condução do processo por Moro foi "parcial e facciosa". Já o MPF recorreu da decisão de Moro por entender que o ex-presidente deve ser punido por três atos de corrupção em concurso material — instrumento jurídico pelo qual as penas são somadas —, e não apenas por um crime de corrupção e um de lavagem de dinheiro como entendeu o juiz na sentença.
O ex-presidente será julgado pela 8ª Turma do TRF4, formada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator do processo, Leandro Paulsen, presidente da Turma e revisor, e Victor Luiz dos Santos Laus. Estão previstas manifestações favoráveis e contrárias ao ex-presidente em Porto Alegre, e foi montado um esquema de segurança especial. Seja qual for o resultado do julgamento — condenação ou absolvição —, o processo não se encerra nesta quarta-feira, já que cabem recursos ao próprio TRF4.