Véspera do julgamento da apelação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) , a terça-feira (23) registrou atos pró e contra o petista em diversas capitais do país.
O Tribunal analisará, nesta quarta-feira (24), recurso do ex-presidente contra sua condenação em primeira instância no caso do triplex do Guarujá (SP).
Veja como foi a movimentação em algumas capitais brasileiras:
Porto Alegre
Pró
Na Capital, os manifestantes começaram o ato com uma marcha, que saiu do acampamento montado no Anfiteatro Pôr do Sol em direção à Esquina Democrática, onde ocorreu o discurso de Lula. Outros apoiadores do ex-presidente também se juntaram no centro de Porto Alegre e, pouco antes das 20h, Lula discursou e concentrou sua fala nos feitos da gestão PT e no ataque aos seus adversários. O petista encerrou o discurso afirmando que saía do palanque direto para pegar um avião, mas não especificou o destino.
Os manifestantes devem agora voltar ao Anfiteatro Pôr do Sol , onde darão continuidade à vigília até o julgamento do TRF4, nesta quarta-feira.
Contra
Manifestantes contra Lula realizam ato, no bairro Moinhos de Vento, pedindo a condenação do ex-presidente. A série de manifestações contrárias ao petista começou por volta das 18h e foi organizada pelo movimento Vem pra Rua. Durante o ato, opositores do ex-presidente se dirigiram ao Hotel Sheraton, onde a cúpula do PT está hospedada, e cantaram "Fora, Lula", além do hino nacional.
São Paulo
O julgamento do ex-presidente dividiu a Avenida Paulista, em São Paulo, no fim da tarde desta terça-feira (23). Com apenas uma quadra de distância, manifestantes pró e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputaram atenção de motoristas e pedestres — e protagonizaram momentos de tensão.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, Cerca de 400 pessoas se reuniram, na noite desta terça-feira (23), em um ato na Avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul, para pedir a confirmação da condenação ao ex-presidente.
O protesto faz parte dos atos promovidos simultaneamente em várias cidades do País pelo Vem Pra Rua, uma das entidades que também realizaram atos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Brasília
Militantes de movimentos sociais que apoiam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunira na Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde um grupo do movimento Vem Pra Rua faz vigília a favor da condenação do petista. A Polícia Militar faz um cordão de isolamento entre os grupos para evitar possíveis confrontos.
Os primeiros petistas a chegar à praça foram hostilizados pelos defensores da Lava-Jato.
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Julgamento de Lula
Condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva terá sua apelação julgada pelo TRF4, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (24). A condenação é referente à denúncia na 13ª Vara Federal de Curitiba por supostamente ter recebido propina da construtora OAS em troca de favorecimentos à empreiteira em contratos na Petrobras. O suborno, no total de R$ 3,7 milhões, teria sido pago com a aquisição e reforma de um triplex no Guarujá (SP) e com o custeio do armazenamento de seu acervo presidencial.
Os advogados pedem a absolvição do petista, alegando que a condução do processo por Moro foi "parcial e facciosa". Já o MPF recorreu da decisão de Moro por entender que o ex-presidente deve ser punido por três atos de corrupção em concurso material — instrumento jurídico pelo qual as penas são somadas —, e não apenas por um crime de corrupção e um de lavagem de dinheiro como entendeu o juiz na sentença.
O ex-presidente será julgado pela 8ª Turma do TRF4, formada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator do processo, Leandro Paulsen, presidente da Turma e revisor, e Victor Luiz dos Santos Laus. Estão previstas manifestações favoráveis e contrárias ao ex-presidente em Porto Alegre, e foi montado um esquema de segurança especial. Seja qual for o resultado do julgamento — condenação ou absolvição —, o processo não se encerra nesta quarta-feira, já que cabem recursos ao próprio TRF4.
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