Passado o domingo de eleições, um card circula pelo Facebook e grupos de WhatsApp com a cara do Seu Madruga, personagem da trupe do Chaves:
“Resultado do primeiro turno: 347 amizades perdidas, 1.338 brigas verbais, 10 inimigos, 48 ex-parentes, 14 brigas físicas e 4 jurados de morte”.
A eleição que culmina na urna eletrônica começa nas discussões pelas redes sociais, extrapola do WhatsApp para o churrasco do domingo e, volta e meia, acaba em uma mensagem como esta:
“Tio, não me manda absolutamente nada que tenha a ver com o Bolsonaro. Ele usa a população via redes sociais como massa de manobra para divulgar mentiras e loucuras da cabeça dele. Eu não admito receber isso em minhas redes sociais. Também não manda nada disso para a mãe, para o João ou para o meu pai, que eles também não acreditam em nada disso. Cuidado, vocês estão sendo USADOS por um cara tosco.”
Recebi esta mensagem de uma amiga, enquanto estava produzindo esta reportagem. O título bem que podia ser “Recado ao tio”. Mas não havia título. O texto era direto. Também não foi enviado pelo WhatsApp, a plataforma mais rápida de comunicação nesses dias. O tio em questão havia sido bloqueado da rede de contatos há muito tempo. O toque foi pelo Messenger do Facebook.
Quem, nesta eleição, não viveu algo parecido? A seguir, cinco histórias de amizades e relacionamentos familiares estremecidos pela disputa. E promessas de que tudo voltará ao normal no dia 29 de outubro. Ou não.