O estudante de Jornalismo Gabriel Mattos dos Santos, 20 anos, se identificava tanto com as ideias de uma amiga fotógrafa que, quando o professor pediu um perfil de um profissional para a disciplina de texto, ele decidiu contar a história da garota. Fez uma reportagem linda, elogiada pelo mestre. Os dois continuaram conversando por WhatsApp.
Eleitor de Jair Bolsonaro (PSL), Gabriel se identifica como um liberal, com fortes críticas ao PT. Certo dia, a amiga, que também comungava da rejeição ao partido, tascou:
— Se for para votar contra o Bolsonaro, voto no Haddad.
Gabriel postou textos no Facebook defendendo seu ponto de vista. A jovem, ele conta, teria o “atacado”, dizendo que faltava empatia:
— Me atacar dizendo que não tenho empatia pelas pessoas? Me senti ofendido. Não sou uma pessoa que gosta de jogar na cara, e me senti tão mal.
Gabriel ameaçou romper a amizade.
— Votar no PT é um erro — disse, pelo WhatApp.
— Ele é machista, homofóbico — reagiu ela.
— Desculpa, não vou ficar sendo atacado injustamente. Também tenho amor próprio — decidiu o rapaz.
E Gabriel bloqueou o contato da amiga:
— Me partiu coração ter feito isso. Mas, depois de tudo o que ouvi e li, eu...
Ele ainda se pergunta se, depois do segundo turno, desbloqueará a amiga.
— Não sei. Acho que talvez possa vir algum dia a acontecer isso, mas não garanto — disse ele.
Procurada, a jovem afirma que não tinha interesse em falar sobre o assunto.
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