Três parentes e cerca de 20 amigos bloqueados no Facebook. Alguns que, certamente desconhecem, nem chegam a pipocar na timeline da rede social de Matheus Vargas, 23 anos, recém-formado em recursos humanos. Isso porque, para não chegar às vias de fato de romper as relações virtuais, o rapaz ativou o recurso na rede social que limita as visualizações dos posts dos “amigos” que não deseja ver.
— É o fascismo tomando conta — diz ele.
Matheus começou a tomar a atitude de limitar o acesso aos posts depois que viu parentes no Interior defendendo o candidato Jair Bolsonaro (PSL). As discussões, que eram apenas virtuais, transbordaram para os encontros familiares
— Foi bem complicado. Bem triste — resume.
Matheus resolveu contraatacar. No Facebook, produziu vários posts, com cards, defendendo a liberdade de expressão e grupos LGBT+.
— Não é uma questão partidária, é uma questão de caráter — afirma.
A reação da família foi imediata: acusaram-no de pregar o ódio, o extremismo.
— Me deixaram chateados — lamenta o rapaz.
Alguns fizeram posts em resposta a Matheus. Sua mãe saiu em sua defesa no grupo da família. Afinal, o jovem já havia saído há muito tempo.
— Não voltei, nem pretendo — garante ele.
Matheus afirma que com “amigos em si” não discutiu, porque teriam a mesma opinião que ele.
— Posicionamento racista, homofóbico, não quero no meu círculo de amigos. Com parentes, não sei, talvez retome o contato. Mas nunca mais será a mesma coisa — conclui.
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