Formada em Relações Internacionais, Rosana Erne, 56 anos, participou da discussão de dois grupos pelo WhatsApp. O primeiro foi Grupo de Relações Internacionais – Regulamentação profissão RI, que tem umas 50 pessoas. Eleitora de João Amoêdo (Novo), ela primeiro observou.
— Vamos votar no Lula – Haddad — alguém postou, rompendo o silêncio tácito de quem entendia que, aquele espaço, não era para discussão sobre eleição.
— Não coloca notícia. Vamos tentar ser mais apolíticos — ponderou alguém.
Outro participante postou uma notícia falando mal de Jair Bolsonaro (PSL). Feita a discórdia.
— Uma coisa é falar bem do seu candidato. Outra é falar mal do candidato do outro — defende Rosana. — Seria bom que a gente mantivesse a calma aqui — ponderou, com pouco resultado.
A outra peleia foi no dia da eleição. Encerrada a votação de brasileiros na Nova Zelândia, ela postou o resultado em um grupo do WhatsApp do curso de pós-graduação. Bolsonaro estava em primeiro, Ciro Gomes (PDT) em segundo e Amoêdo, o candidato de Rosana, em terceiro.
— Fiquei até contente porque estava em dúvida com relação ao meu voto — afirmou.
Começou a discussão. Uma colega afirmou que não era momento para se fazer campanha política, afinal, o pleito, pelo horário de Brasília, ainda estava em andamento por aqui. Alguém desconfiou que a postagem fosse uma fake news, notícia falsa.
— Uma guria disse que não era o momento de fazer campanha política e que não era para colocar fake news. Estamos há dois meses na pauleira — argumentou para, em seguida, sentenciar:
— Hoje, não vai dar.
Rosana avalia que estava apenas compartilhando uma notícia curiosa, de interesse dos demais.
— Imagina ser o primeiro brasileiro a votar. Não era fake — pondera.
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