O mistério toma conta do Alfredo Jaconi nos últimos dias. A grande expectativa recai na primeira escalação do time do Juventude sob o comando do novo técnico. Mas Thiago Carpini fechou praticamente todas as atividades no CT alviverde, abrindo apenas o aquecimento no treino de quarta-feira (17).
No Água Santa, Carpini variou o esquema tático da equipe que conseguiu chegar até a final do Paulistão 2023. Com o grupo alviverde, o treinador também pode testar algumas formações jogo a jogo, em busca de um melhor rendimento e de um esquema equilibrado, algo que os treinadores anteriores na temporada, Celso Roth e Pintado, não conseguiram.
— Não sou muito apegado a um sistema. Na minha última competição foram 12 jogos e eu joguei no 4-3-3, no 4-4-2 e no 3-5-2. Eu acho que a gente tem que se adaptar, não mudar nossa característica de acordo com o adversário, mas adaptar algo em relação a ele, principalmente em relação ao que eu tenho. Talvez eu goste de um sistema que eu me sinta mais confortável, mas talvez o que eu tenho em mãos não vai me entregar aquilo — admitiu o treinador.
O jovem comandante sabe por onde começar a arrumar a equipe. O Juventude sofreu gol em cinco dos seis jogos da Série B. Na única vez em que a defesa alviverde não foi vazada, o time conquistou sua única vitória na competição, diante do Guarani.
— A gente precisa melhorar e usar da melhor maneira o que a gente tiver pra cada situação. O equilíbrio é o que todo o treinador busca. Primeiro marcar bem, pra depois jogar bem. Ter a bola, controlar o jogo. Os comportamentos sem bola, isso não abro mão, é do meu jeito. E com a bola, a gente tem que criar alternativas para facilitar o jogo — destacou o técnico alviverde.
Possibilidades de escalação
A estreia de Carpini pelo Juventude será no domingo (21) diante da Chapecoense, oitava colocada, com oito pontos, na Arena Condá. Para este desafio, o time ainda fará dois treinamentos, nesta sexta-feira (19), em Caxias do Sul, e no sábado (20), já em solo catarinense.
Na defesa, o treinador deve dar sequência a Thiago Couto no gol. Reginaldo talvez seja o atleta mais confirmado entre os titulares. Foi nas mãos de Carpini que o lateral-direito teve um de seus melhores momentos da carreira, sendo eleito o melhor jogador da posição no último Campeonato Paulista.
— É o treinador ter o cuidado e discernimento de extrair o melhor de cada atleta, dentro dos seus comportamentos. Vou usar o Reginaldo de exemplo. Eu nunca tinha trabalhado com o Reginaldo, mas acompanhei a carreira dele e eu sou um treinador que gosto muito de profundidade pelos lados, principalmente com esses laterais. Então, eu contratei o Reginaldo sabendo que ele poderia me entregar isso. Não sei de que maneira trabalhava o Pintado, mas se você quiser um lateral de uma linha defensiva, que não apoie tanto, que marque um pouco mais na primeira linha, talvez não seja a característica e você não vai conseguir tirar o melhor dele — apontou Thiago.
A dupla de zaga pode sofrer mudanças. Danilo Boza deve seguir na equipe, mas ao seu lado dois jogadores brigam pela titularidade. Zé Marcos foi o escolhido pelo técnico interino Adaílton na partida diante do Mirassol. Contudo, Romércio, que foi jogador de Carpini no Guarani, pode recuperar espaço no time. E com a lesão de Kelvyn, Romário permanece na lateral esquerda.
Do meio pra frente as dúvidas aumentam. O garoto Gehring tem sido elogiado internamente não apenas pelo desempenho em campo, mas pela postura em assumir a responsabilidade em meio à crise técnica da equipe neste começo de Série B. Com o melhor ritmo de Jean Irmer, que foi opção no banco diante do Mirassol e entrou no segundo tempo, o jovem pode dar espaço para que a experiência do volante seja utilizada na partida diante da Chape. Com a suspensão de Jadson, Carpini até pode testar os dois juntos. De volta de suspensão, o volante Emerson Santos fica à disposição para o duelo em Santa Catarina.
Nos últimos jogos, o meia Nenê tem sido uma verdadeira ilha em meio ao oceano de problemas na armação de jogadas. Por isso, o comandante alviverde pode testar a equipe com dois jogadores, com a entrada de Boldrin dando suporte na criação.
Por fim, no ataque Ruan e Robertinho podem ser novidades, caso o treinador opte por uma formação com três atacantes. Mas pelo momento e por se tratar de um confronto fora de casa, a tendência é de que Carpini escale uma equipe mais cautelosa e menos ofensiva.
Com todas estas possibilidades, uma provável formação do Juventude contra a Chape pode ter: Thiago Couto; Reginaldo, Danilo Boza, Romércio (Zé Marcos) e Romário; Jean Irmer (Gehring), Mandaca, Nenê e Boldrin (Ruan ou Robertinho); David e Rodrigo Rodrigues.
— Eu sei que pra eu ficar preciso entregar resultado, um bom trabalho, não vencer a qualquer custo. Acredito na vitória e ela está bem mais próxima quando você consegue organizar muito bem sua equipe. Basicamente é não abrir mão daquilo que eu penso de futebol, daquilo que me trouxe até aqui e do que foi minha carreira até então. O que os treinadores que passaram aqui deixaram e eu acredito que for interessante, vou dar continuidade, do contrário vai ser aquilo que a gente pensa, em cima das características que temos no elenco — finalizou.