Ver de perto um ídolo, como Pelé, é certamente um dos momentos mais marcantes da vida de um fã. Imagina então a reação de quem teve a oportunidade de sentar para tomar um café com o Rei. Foi o caso do jornalista caxiense e professor de história, Roberto Carlos Dias.
O profissional acompanhou uma comitiva que esteve em Porto Alegre em 2011. O encontro foi promovido pelos dirigentes do Inter, que na época prestavam homenagens ao atacante Fernandão, ídolo do clube. Pelé veio para participar do evento.
Em determinado momento, Roberto se aproximou e se surpreendeu com a gentileza e trato do ídolo, ao atendê-lo para uma entrevista, sem qualquer cerimônia.
— Me aproximei dele, sentamos lado a lado, tomamos uma café e ficamos conversando. Perguntei como era o Pelé politicamente, já que ele era um ativista, participou das Diretas Já, se declarou socialista e lançou candidatura à Presidência da República, em 1989 — lembrou.
A resposta do Rei chamou a atenção do jornalista pela simplicidade das palavras.
— Ele não criava ranço com as pessoas. Ele me disse que uma coisa que a gente precisa é lutar pela justiça social, lutar pelas crianças de rua, o país precisava se preocupar com o futuro das crianças. Me contou que veio de uma família humilde e queria transformar a vida dos mais necessitados.
O encontro foi suficiente para, o agora professor de história, considerar Pelé uma bandeira nacional.
— Achei ele de uma sensibilidade gigante, não parecia que eu estava falando com o Rei do futebol. O Pelé se transformou num símbolo, tanto como a bandeira, o brasão da República. Ele tem uma força de identidade nacional gigantesca.