Foi a retomada do período de glórias. No domingo (6), as gurias do Juventude golearam o Elite por 7 a 0 e ficaram com o título do Interior no Gauchão Feminino. Esta foi a primeira conquista desde a reabertura do departamento, em 2021. Na história, no entanto, o alviverde já conta com o tricampeonato Estadual, a Copa Sul-Brasileira e o Gauchão de Aspirantes.
Até a taça, no entanto, foram muitos capítulos históricos para as Esmeraldas: a melhor sequência de um time do Interior, o recorde de público e, claro, o empate com o Inter na segunda fase.
GZH detalha cinco momentos importantes para a conquista. Confira abaixo.
No dia 31 de julho de 2022, o Juventude venceu pela primeira vez no Gauchão. Depois de uma temporada em que terminou na lanterna do grupo, com apenas um ponto somado em 18 disputados, as Esmeraldas iniciaram o ano com o pé direito.
Jogando diante do torcedor, no Campo Municipal de Caxias do Sul, aplicaram um sonoro 7 a 0 no Vidal Pro e terminaram a rodada na liderança do Gauchão. Kim, Gabi Bortolon, Beta, Greyce, Carol Sangue e Larissa, duas vezes, foram as responsáveis pelos gols.
— Eu, particularmente, não sabia desse fato (que era a primeira vitória no Gauchão). Achei muito legal e fiquei muito feliz de poder participar desse momento importante para o clube — afirmou a atacante Greyce, em entrevista à GZH, após o jogo.
Passados alguns meses de Gauchão, o Ju atingiu a primeira marca histórica: a maior sequência invicta de um time do Interior no Estadual. As Esmeraldas chegaram a 10 jogos sem conhecer a derrota: oito vitórias e dois empates. Além de 41 marcados e apenas quatro sofridos.
Os números deixaram o alviverde à frente do Flamengo de São Pedro (2022, com sete) e do Brasil-Far (2018, com quatro). Apenas o Inter (de 2018 e 2019) e o Grêmio (de 2018) tem melhor sequência do que as Esmeraldas: 14, 12 e 14 jogos de invencibilidade, respectivamente.
— Ficamos muito felizes porque isso se chama trabalho. As nossas vitórias são fruto de trabalho em equipe, orientações, paciência. Então, essa sequência de jogos que estamos tendo é trabalho e união — comemorou a atacante Kelly Becker, à época, em entrevista à GZH.
Em 7 de setembro, veio outro fato histórico para as gurias do Ju. Pela primeira vez, elas jogaram no palco principal do clube: o Estádio Alfredo Jaconi. Depois de campanha dos torcedores nas redes sociais, o alviverde cedeu à pressão e permitiu que o time feminino atuasse no grande palco.
A torcida comprou a ideia e 1.027 pessoas se fizeram presentes na vitória por 1 a 0 sobre o Brasil-Far. O resultado garantiu a classificação antecipada à segunda fase. No entanto, este não foi o grande fato daquele feriado. Isso ficou por conta do torcedor.
Os mais de mil jaconeros bateram o recorde de público de um time do Interior no Gauchão Feminino. Anteriormente, a marca era do Flamengo de São Pedro: 609 pessoas diante do Guarany-Ba, na primeira fase.
Talvez em 9 de outubro tenha vindo o jogo mais emocionante para o futebol feminino do Juventude. Diante de um Inter vice-campeão brasileiro, as Esmeraldas conseguiram não só competir, como também alcançar um resultado inédito: o empate em 1 a 1.
Pela primeira vez desde a reabertura do departamento, as Gurias Coloradas perderam pontos para um time do Interior. E, por pouco, não conheceram a segunda derrota da história no Estadual. No último lance, Teté finalizou em gol e a zagueira colorada Isa Haas conseguiu afastar em cima da linha. De toda forma, o empate entrou para a história do futebol feminino gaúcho.
— Nós conseguimos um feito, que é empatar com a segunda melhor equipe do país, com a equipe tricampeã gaúcha. Então, os números estão falando por si só — enfatizou a zagueira Beta em entrevista à GZH.
Por fim, o último capítulo: a conquista do título. Novamente no Alfredo Jaconi, as gurias do Ju buscaram mais uma vitória. Agora, com mais tranquilidade. A goleada por 7 a 0 sobre o Elite consagrou o trabalho no Estadual e confirmou o alviverde como melhor time do Interior gaúcho.
Bruna Lisandra, Teté, três vezes, Claudiana, Karol e Michele foram as responsáveis pelos gols, que também garantiram vaga no Brasileirão Feminino A-3 e a premiação de R$ 10 mil, concedida pela FGF. O título veio com uma campanha de 69% de aproveitamento.
— É muito gratificante e ano que vem tem mais. Estaremos na final — almejou a atacante Teté em entrevista à GZH após o título.