Com a família toda envolvida com o futebol, não tinha como a atacante Kelly Becker seguir outra carreira. Desde pequena, incentivada pelos pais a dedicar-se ao esporte, passou por Criciúma, Brasil de Farroupilha, Chapecoense, Real Brasília e Vasco até chegar ao Juventude.
— Desde muito cedo, o futebol sempre esteve presente na minha vida. Meu pai é treinador de fut7 amador lá na minha cidade. E o meu irmão joga profissionalmente fora do Brasil. Então, eu sempre falo que o futebol corre nas minhas veias. Meu pai sempre me incentivou, minha mãe também. Ela jogava futsal lá no interior. Então, se eu não fosse jogadora, não sei o que eu seria — conta a jogadora, em entrevista à GZH.
No início, ela teve de escolher entre o futsal e o futebol. Com o incentivo do pai Wilson Becker e da mãe Tania Aparecida, optou pelo campo e teve a primeira oportunidade na Serra Gaúcha. Em 2020, vestiu a camisa do Brasil de Farroupilha na disputa do Brasileirão A-2. Foram cinco partidas pelo rubro-verde.
— Eu meio que me afastei do campo, comecei a jogar fut7 e futsal e recebi uma proposta para jogar em 2020 no Brasil-Far. Então, minha estreia como profissional foi no Brasil — relembra.
Chegada ao Ju e sonho no Gauchão
No clube rubro-verde, no entanto, disputou apenas a competição nacional. Porém, sempre alimentou a vontade de participar do Gauchão Feminino. Até que, com 21 anos, recebeu uma proposta para transferir-se para Caxias do Sul e defender a camisa do Juventude. Aceitou e tornou-se uma das atletas de confiança do técnico Luciano Brandalise. Pelo alviverde, foi utilizada em cinco partidas, com quatro gols marcados e uma assistência.
— Mesmo entrando pouco tempo nos jogos, eu consigo me adaptar. Como o Luciano fala, no time não tem titular. Para ele, todas jogam. E isso é verdade. Quando eu entro, eu falo "vou ajudar minha equipe". Porque eu sei que ele está confiando no meu trabalho. Então, eu tento ajudar minha equipe de todas as formas, nem que seja 15/20 minutos — afirma.
Ela e as outras gurias do Ju alcançaram uma sequência história neste Estadual. As Esmeraldas detêm a maior invencibilidade de um time do Interior no Gauchão, considerando as últimas cinco edições. São oito vitórias e um empate no campeonato.
— Ficamos muito felizes porque isso se chama trabalho. As nossas vitórias são fruto de trabalho em equipe, orientações, paciência. Então, essa sequência de jogos que estamos tendo é trabalho, união.
Agora, elas terão pela frente o segundo melhor time do Brasil: as Gurias Coloradas. No próximo domingo (9), às 15h, as equipes se enfrentarão no Campo da Fras-le, em Caxias do Sul, pela quarta rodada do Gauchão. O Ju, já classificado, joga para manter a liderança e a invencibilidade.
— Sabemos que o Inter é o atual vice-campeão brasileiro, que tem atletas de qualidade, experientes, e que o jogo será difícil. Mas vamos tentar conseguir um bom resultado, os três pontos, mesmo sabendo da dificuldade. Confio no meu grupo, na qualidade de todas. Esta semana foi muito boa nos treinos, e buscamos mais e mais. Então, acho que estamos muito confiantes — conclui.
Com 100% na segunda fase, as Esmeraldas são as únicas já garantidas nas semifinais. Atualmente, Grêmio, Inter e Flamengo de São Pedro são os outros times na zona de classificação.
Kelly Becker pelo Ju:
- 5 jogos
- 4 gols
- 1 assistência