Uma das frases mais célebres da ciência foi escrita por Sir Isaac Newton: “Se hoje enxergo mais longe, foi por estar sobre os ombros de gigantes”. Em 1675, com sabedoria, Newton falava da importância da aprendizagem coletiva, ou seja, da habilidade de preservar e compartilhar o conhecimento adquirido com o tempo e com a experiência para construir algo maior.
Muito do nosso sucesso em tudo o que alcançamos na história da humanidade dependeu de sabermos avançar honrando o legado das pessoas que nos precederam. Ontem, estive presente na sede da CIC Caxias do Sul no 8º Encontro de Gigantes, uma promoção do Grupo RBS em comemoração aos 10 anos da Rádio Gaúcha Serra. A jornalista Babiana Mugnol mediou um painel com o presidente das Empresas Randon, Daniel Randon, o CEO da Marcopolo, James Bellini, o presidente do Conselho de Administração da Florense, Gelson Castellan, e o CEO da Lojas Colombo, Eduardo Colombo.
O uso do termo “gigantes” certamente faz uma referência às empresas citadas, verdadeiros monumentos da prosperidade e da pujança da Serra gaúcha que hoje empregam milhares de pessoas não só aqui na região, mas no Brasil e no mundo. Contudo, acredito que remete principalmente àqueles que ofereceram seus ombros para que se construísse o presente e se pavimentasse a estrada para o futuro: os fundadores de cada uma dessas empresas. O legado indelével de Raul Anselmo Randon (Grupo Randon), Paulo Bellini (Marcopolo), Lourenço Darcy Castellan (Florense) e Adelino Colombo (Colombo) se confunde com a própria história da nossa região. É impossível não pensar o quanto a Serra gaúcha teria sido diferente se esses gigantes não tivessem criado suas empresas, superado inúmeras dificuldades e desafios e mantido suas raízes aqui.
Hoje os fundadores dessas empresas já não estão mais entre nós em carne e osso, mas sem dúvida se eternizaram pelo exemplo, tornaram-se farol e mapa para navegarmos em tempos de desafios constantes e de incertezas. Todos os painelistas se referiram ao pai (no caso de James, Daniel e Gelson) ou ao avô (no caso de Eduardo) dizendo que, quando a coisa aperta, lembram dos ensinamentos de quem estava lá antes. Foram décadas de experiência e de acúmulo de conhecimento que hoje servem de norte não só para os atuais gestores desses grupos, mas para qualquer empreendedor e profissional ciente da importância da trajetória admirável de quem realmente fez história e definiu os contornos da nossa comunidade.
Quase todos nós temos alguém em cujos ombros nos abrigamos para tentarmos enxergar mais ao longe. Sempre comento que o mais importante na vida é honrar o bom começo que nossos pais nos proporcionam. Esse bom começo geralmente é algo singelo como valores, caráter, força de vontade, amor e carinho na condução dos passos de seus filhos e netos. A força dos ombros desses gigantes, sem dúvida, sempre esteve nisso.