O único dos sucessores no palco do 8º Encontro de Gigantes a representar a segunda geração na sucessão, a dos netos, Eduardo Colombo é o neto Adelino Colombo que assumiu a presidência. Ele ainda integra o ecossistema de inovação e incentiva o desenvolvimento de startups, como conselheiro.
Veja os principais trechos do que ele disse nesta terça-feira:
Infância e início na Colombo
— Todos os sábados, desde os cinco anos, passava visitando lojas com meu avô. Seguidamente vínhamos a Caixas. Pegava um sorvete perto da primeira loja, logo abaixo da Praça Dante. Sempre tive uma ligação muito forte com a Colombo. Olhava para o meu avô e pensava: "eu quero ser que nem ele". Comecei a trabalhar com 13 para 14 anos como digitador. Digitava guias de pagamentos chegavam por malote e tínhamos de colocar para dentro dos computadores enormes. Mas aquela função de fazer o mesmo todo dia me incomodava e vi que tinha uma vaga de auxiliar de almoxarifado. Era para separar o uniforme das lojas e pensei: "é para aí que vou". Não tinha nenhum inscrito. Mas ali eu conheci todas as lojas e minha curiosidade foi aguçando. Até virar vendedor de loja, quando me identifiquei com a área comercial. Meu diferencial era ser muito estudioso sobre os produtos e, quando cliente vinha, eu falava tecnicamente com ele, assim fui me diferenciando. Outra característica que desenvolvi por ser ensinado, fazia questão de instalar o produto ou ir na casa do cliente ver como funcionava. E já oferecia o que faltava: um estofado, uma geladeira.
Pandemia e mudanças
— Nosso segmento muda muito rápido e precisamos nos adaptar de forma inovadora. A pandemia fez alguns segmentos crescerem e outros caírem. Agora a gangorra começa a se estabilizar. A mudança precisa começar de dentro para fora nas organizações. Não adianta pegar só a ponta e capacitá-la para fazer isso. É uma empresa de 63 anos, que tem as suas raízes, seu modo de trabalhar, suas manias. Estamos fazendo esse movimento de mudar o mindset. Valores e princípios da empresa deram estabilidade, não se mexe. O nosso setor, comércio, é feito de pessoas para pessoas. É convencimento o tempo inteiro. Colocar as pessoas certas nas atividades adequadas tem de ser um mantra da empresa. Nosso cliente interno são as lojas. Hoje temos a dificuldade de descomplicar a empresa, fazer as coisas de forma mais simples.
O avô
— Meu avô tinha o sonho de vender sapato e graças a ele muitas famílias realizaram o seu sonho nesses 63 anos.
Eleições no Brasil
— Trabalhar no Brasil é como montanha-russa, com altos e baixos. Com relação à eleição, independente de quem ganhar, vamos trabalhar oito horas por dia fazendo o melhor de nós. Independente de governo, assim como nossos clientes, são vocês, os clientes do setor público, também são os empresários. E só tem uma forma de gerar superávit para o país: mais empresas, mais emprego, mais retorno (impostos). Temos otimismo acima da média. Cada pessoa é livre para escolher de acordo com suas convicções e nós aqui vamos trabalhar.