Promover a inclusão e a socialização através do esporte: esse é o objetivo das aulas de bocha paralímpica, o mais recente projeto da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Passo Fundo.
Iniciado em outubro do ano passado, o projeto conta com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, do governo federal, e reúne 24 alunos, sendo 14 em cadeiras de rodas. O grupo tem de 20 a 50 anos de idade e se reúne de segunda a quinta-feira, nos turnos da manhã e tarde.
— Além do desenvolvimento intelectual, também trabalhamos muito a socialização dos alunos. O esporte em si já trabalha bastante a questão da autoestima, do desenvolvimento do aluno. Então é muito bom para eles, principalmente na parte motora — explica o professor Alexandre Oliveira.
Durante as aulas, os alunos são divididos em dois grupos de até quatro pessoas. Um grupo trabalha nos treinamentos e o outro tem uma atividade específica na ala de fisioterapia. Tudo é feito da sede da Apae em Passo Fundo.
— Aqui temos trabalhado bastante a parte de mobilidade deles, além dos alongamentos, relaxamento e também fortalecimento da musculatura — ressalta o fisioterapeuta Juarez Moraes Junior.
Entenda o esporte
A modalidade veio para o Brasil na década de 1970 e, hoje, faz parte das Paraolimpíadas. A competição é a mesma da bocha tradicional, onde o objetivo é lançar as bolas coloridas o mais perto possível da bola branca.
As partidas são individuais, duplas ou por equipes. Os atletas são divididos em quatro categorias:
- BC1: opção de auxílio de ajudantes (podem estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola, quando pedido)
- BC2: não podem receber assistência
- BC3: deficiências muito severas. Usam instrumento auxiliar, podendo ser ajudados por outra pessoa
- BC4: outras deficiências severas, mas que não recebem assistência
Para Marlon Batista Moraes, presidente da Apae Passo Fundo, o projeto trouxe diversos ganhos não apenas para os atletas, mas para os cerca de 500 usuários da instituição.
— Além de uma prática esportiva, também ajuda no desenvolvimento de habilidade deles e principalmente na sociabilidade — reforça.
Por enquanto, apenas um dos alunos projeto participa de competições a nível regional e estadual. No entanto, a ideia dos organizadores também inclui a formação de equipes para competição.