Por Daniel R. Randon, vice-presidente de Administração e Finanças da Randon S.A. Implementos e Participações e presidente do Conselho Superior do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP)
O 32º Fórum da Liberdade ocorre num momento ímpar. Ao reunir diversas correntes de pensamento político e econômico, estabelece um saudável ambiente de diversidade que bem retrata o cenário que vivenciamos. Com o tema Aberto para Reformas?, o evento promove uma mistura de ideias que, certamente, contribuirá para reforçar a convicção de que o Brasil precisa urgentemente de um projeto liberal.
Se os planos dos ministros Paulo Guedes e Sergio Moro, mesmo que modificados, vencerem as vaidades e os trâmites políticos e forem implementados, o Brasil experimentará, na prática, a grande oportunidade de ingressar na rota de um crescimento sustentável. Na sequência, virão outros planos envolvendo educação, inovação e infraestrutura para dar suporte a uma nova era. Uma das importantes pautas liberais, diminuir o tamanho do Estado e, consequentemente, suas dívidas, começou a ser delineada. Refiro-me às concessões em aeroportos, portos e ferrovias, já realizadas no primeiro trimestre, que dão sinais de que a meta de atingir, ainda neste ano, U$ 20 bilhões em privatizações poderá ser superada.
O problema é que o Brasil ainda está na mira de quem não se importa com ele e quer manter a política do toma lá, dá cá. O país vive um jogo perigoso. Por esta razão, é preciso que o presidente Jair Bolsonaro assuma seu papel de estadista e de liderança maior e desarme os ânimos acirrados, promovendo a harmonia entre os Poderes. Somente assim, haverá uma verdadeira transformação que começa com a reforma da Previdência, mas que não se limita a ela.
Para cumprir as promessas de campanha e fazer diferente, o presidente Bolsonaro, que tem a menor base aliada no Congresso desde Collor, precisa atrair os partidos para destravar os projetos. Como político, ele sabe que esta é a única solução e que passa, obrigatoriamente, pelo apoio do Congresso. Só assim o caminho estará aberto para o urgente equilíbrio fiscal, condição para que a economia volte a crescer e recupere a confiança de empresários e investidores para alocarem capital no país, gerando empregos e contribuindo para o aumento da competitividade. Sem isso, viveremos um retrocesso com a derrota do movimento liberal e com o aumento do intervencionismo do Estado.