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Um dia após sabatina do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados terminar em bate-boca, o secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, disse nesta quinta-feira (4) que os parlamentares estão mais abertos para aprovar mudanças na aposentadoria.
— Todas as intervenções, até aquelas desaforadas ou fora do tom, admitiam que a reforma é necessária, mesmo que não essa que está sendo proposta. O tom mudou — afirmou Marinho a uma plateia de empresários e agentes do mercado financeiro.
A reunião na comissão para discutir a reforma da Previdência foi encerrada abruptamente depois que o deputado Zeca Dirceu (PT-SP) chamou Guedes de "tchutchuca". O ministro revidou, dizendo que "tchutchuca é mãe, é a vó". Marinho destacou que Guedes não é um profissional da política e exerce pela primeira vez uma função pública.
— Ele teve até mais serenidade do que pensei que teria — disse Marinho. — Ao final, o descontrole se deu porque a provocação foi pessoal, e a resposta (de Guedes) foi altiva, de quem se ofendeu pessoalmente. A gente lamenta, mas serviu para unir o grupo — afirmou Marinho.
No evento, promovido pelo Banco Daycoval, o secretário disse que já recebeu individualmente de 60 a 70 parlamentares e esteve com outros 300 visitando bancadas na Câmara.
— Percebo que há um sentimento entre os parlamentares, ainda que tenham ressalvas ao projeto, pela aprovação da reforma — disse. — O que a oposição fez foi ser oposição. Lamento que de forma grosseira. Mas seu papel é esse, de questionar, falar e de construir narrativas — disse Marinho.
Ele aproveitou para rebater críticas apresentadas na CCJ de que as mudanças propostas para a aposentadoria afetariam os mais pobres.
— A falta da reforma é que penaliza os mais pobres.
Segundo ele, a proposta afeta 14 vezes mais servidores do que aqueles sob o guarda-chuva do INSS.