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Após reunir-se com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) para discutir a reforma da Previdência, o ex-ministro Gilberto Kassab, dirigente do PSD, afirmou nesta quinta-feira (4) que seu partido "não fechará questão" a favor da aprovação da medida, e ressaltou que o Palácio do Planalto não ofereceu cargos e espaço no governo em troca de apoio.
— Seria até uma agressão isso — rechaçou.
Bolsonaro e Kassab se reuniram nesta quinta-feira no Palácio do Planalto, na série de encontros que o presidente marcou com dirigentes partidários para melhorar a relação com o Congresso. Segundo o presidente do PSD, Bolsonaro não fez um convite formal para que o partido integre a base aliada, nem para que feche questão a favor da reforma.
— O partido tem uma posição muito clara em relação à sua independência em relação ao governo e essa posição continuará — disse Kassab na saída. — O presidente pediu apoio para as reformas e nós sabemos que elas são importantes para o país. Existe o engajamento do partido, mas ficou claro que o partido não fechará questão — completou.
Kassab afirmou que é tradição do PSD preservar a independência de seus congressistas.
O dirigente disse que é preciso dialogar, mesmo depois de Bolsonaro ter dito na campanha de 2018 que o centrão, grupo de partidos que na eleição apoiou Geraldo Alckmin (PSDB), é "a nata do que há de pior no Brasil".
— Na vida pública, aqueles que levarem em consideração tudo o que é falado em campanha acabam ficando sozinhos — respondeu.
Presente na reunião, o líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), relatou ter defendido a Bolsonaro que o quadro econômico não pode ser prejudicado por "questões de ordem ideológica", como a discussão sobre a ditadura militar e a definição do nazismo.
— Não pode ficar discutindo apenas questões de direita e de esquerda. Isso não produz nada para o Brasil — disse.
No encontro, o senador disse ainda que é negativo para o Palácio do Planalto adotar uma postura de beligerância com o Poder Legislativo.
— É necessário desemperrar projetos dos setores elétrico e de telecomunicações, temas que não têm nenhum viés político ou ideológico — afirmou.
Segundo ele, Bolsonaro disse que, após a aprovação da reforma previdenciária, apresentará uma proposta de simplificação do sistema tributário.
Na mesma linha de Kassab, o senador disse que o presidente não ofereceu ao partido cargos no Poder Executivo e não pediu que a sigla faça parte da base aliada.