Por Gabriela Ferreira, líder de Impacto Social do Tecnopuc e diretora técnica da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec)
Quando se pensa em locais inovadores, é comum lembrar da cidade de San Francisco, no Vale do Silício. No entanto, de acordo com a edição 2018 do ranking das cem cidades inovadoras, da agência 2thinknow, ela ocupa o terceiro lugar, atrás de Tóquio e Londres. Paris e Sydney, mesmo não estando no imaginário do universo inovador, estão nas 10 primeiras posições. Nem só de tecnologia vive a inovação, e a avaliação dessa organização está baseada em três fatores: ativos culturais, infraestrutura humana e mercados em rede. A análise do índice também mostra que tamanho não é documento, e tanto grandes quanto pequenas cidades, se conectadas, podem ter excelentes resultados e serem destinos inovadores. São Paulo é a única brasileira a figurar nesse ranking e está no 79º lugar, tendo caído três posições em relação a 2017.
O Índice de Cidades Sustentáveis, apurado pela consultoria Arcadis, tem Londres ocupando o primeiro lugar e diversas outras em comum com o ranking de inovação. Nele, a sustentabilidade é avaliada nos seus três pilares, quais sejam social, ambiental e econômico. Podemos concluir que a tecnologia é importante e a dimensão econômica é fundamental, mas a inovação não é um fim em si mesma. Sendo um meio para o desenvolvimento, os aspectos econômicos têm que estar em equilíbrio com os ambientais e sociais, e com tudo o que é importante para que o ser humano se desenvolva na sua plenitude. Afinal de contas, são as pessoas que fazem inovação. E o locus disso são as cidades que, como bem aponta a Organização das Nações Unidas, são os atores centrais da economia global e do desenvolvimento.
O último ranking que temos no Brasil, realizado pela Endeavor em 2017, mostra Porto Alegre como a 8ª cidade mais empreendedora do país, atrás inclusive de alguns municípios do Interior. Porto Alegre precisa desenvolver-se em inúmeros aspectos. A competitividade e a resiliência de uma cidade são desafios de longo prazo que requerem engajamento. E é, necessariamente, uma missão compartilhada por vários atores. Que tal dar esse presente para a Capital que esteve de aniversário na terça-feira (26)?