No dia em que Porto Alegre celebrou aniversário de 247 anos, nesta terça-feira (26), o movimento Pacto Alegre lançou um plano com os principais macrodesafios que a Capital precisa enfrentar para fomentar a inovação, estimular o ambiente de negócios e melhorar a qualidade de vida da população. Na primeira reunião de trabalho da mesa que coordena o projeto, seis temas foram escolhidos como prioritários para o desenvolvimento do município.
O grupo definiu os macrodesafios como Talentos, Transformação Urbana, Ambiente de Negócios, Imagem de Cidade Inovadora, Qualidade de Vida e Modernização da Administração Pública (mais detalhes abaixo). A reunião que acertou as prioridades ocorreu durante almoço no Palácio do Comércio, no Centro Histórico.
Com desafios escolhidos, o movimento agora buscará desenhar projetos concretos que gerem benefícios nessas áreas. A próxima reunião da mesa que coordena o movimento deverá ocorrer em 31 de maio. Na ocasião, além da apresentação dos primeiros planos, novos macrodesafios poderão ser incluídos aos seis atuais. Outros temas, como educação, já foram sugeridos, nesta terça-feira, por entidades.
Lançado em novembro de 2018 como aliança em defesa da inovação e da qualidade de vida na Capital, o Pacto Alegre reúne associações de classe, empresários, políticos e representantes de universidades gaúchas. Segundo os responsáveis pela iniciativa, 75 entidades participaram do encontro.
União de agentes
Coordenador do pacto, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho afirmou que os seis temas foram confirmados após análise desenvolvida desde o começo do movimento. Ele, que também é diretor da Escola de Engenharia da UFRGS, frisou que a iniciativa tem entre suas atribuições evitar a fuga de talentos da Capital.
– Buscamos trocar a narrativa do tentar fazer sozinhos pela escolha do fazer juntos. Nosso problema é ter craques demais e sistemas de jogo de menos – comparou o coordenador da proposta durante a cerimônia de abertura da reunião.
Em seu discurso, o prefeito Nelson Marchezan ressaltou que os integrantes do pacto estão “dividindo responsabilidades” em prol do desenvolvimento econômico de Porto Alegre.
– O grande diferencial é a união dos agentes envolvidos. A definição dos desafios é um gigantesco passo para, em um segundo momento, elaborarmos os projetos para a cidade – relatou o chefe do Executivo.
Em dois meses, teremos projetos em cima da mesa.
JOSEP PIQUÉ
CONSULTOR ESPANHOL
Os trabalhos do Pacto Alegre contam com a participação do consultor espanhol Josep Piqué. Em sua trajetória, o europeu já integrou projetos de revitalização urbana baseados na inovação em cidades como Medellín, na Colômbia.
– A reunião foi muito interessante porque conseguimos apresentar os desafios. Os participantes, além de firmarem o acordo, comprometeram-se com o desenvolvimento de ações inovadoras – mencionou Piqué.
O Pacto Alegre permite às organizações a atuação em atividades relacionadas a mais de um dos seis macrodesafios. Para cada um deles, haverá um grupo de trabalho específico.
Presidente do Sicredi, instituição financeira que integra o movimento, João Tavares avaliou que a participação da iniciativa privada poderá beneficiar o avanço das ações nos próximos meses.
– O modelo econômico em vigor hoje (terça-feira, 26) não responde a todas as necessidades da população. Imaginar que só a prefeitura conseguirá resolver todos os problemas não é verdade. Incluir no pacto a iniciativa privada, que trabalha com metas e indicadores, faz todo o sentido. O papel é criar um ambiente mais favorável – disse.
– Divisão, agora, só no Gre-Nal – brincou Tavares.
Conheça os seis macrodesafios e suas metas
- Talentos: Gerar, manter e atrair talentos.
- Transformação Urbana: Desenvolver ambientes inteligentes e criativos para viver e trabalhar.
- Ambiente de Negócios: Gerar um ecossistema inovador de classe mundial.
- Imagem de Cidade Inovadora: Promover a imagem de uma cidade inovadora.
- Qualidade de Vida: Melhorar o bem-estar das pessoas em saúde, segurança, cultura e meio ambiente.
- Modernização da Administração Pública: Qualificar e facilitar o acesso aos serviços para a população e para as empresas.
Como o pacto funciona
- A Aliança para Inovação é um grupo que reúne esforços de três das principais universidades gaúchas - UFRGS, PUCRS e Unisinos - em projetos destinados a criar um ambiente criativo e inovador em Porto Alegre.
- O grupo já vem trabalhando em parceria com outras entidades, como a Fiergs, e a prefeitura de Porto Alegre, para estimular ações de inovação na cidade.
- A aliança foi apresentada em julho de 2018 e, em novembro, foi formalizado um pacto destinado a incluir o maior número possível de entidades públicas e privadas do município.
- O pacto inclui uma espécie de mesa, formada nesta terça-feira (26), onde tiveram assentos 75 entidades que deverão propor projetos inovadores e se responsabilizar por eles.
- O pano de fundo da iniciativa é, em médio e longo prazos, criar um ambiente favorável a investimentos e à permanência de talentos na cidade, gerando mais emprego e renda.