A Câmara Americana de Comércio em Porto Alegre (Amcham) levou duas perguntas aos seus associados sobre como tratam a inovação em suas empresas. Foram ouvidos 113 empresários do Rio Grande do Sul, sendo que quase a metade tem faturamento superior a R$ 300 milhões. As perguntas foram:
Qual o investimento anual em inovação da sua empresa?
51,3% não tenho orçamento definido
23% acima de R$ 2 milhões
7,2% até R$ 100 mil
9,7% entre R$ 100 mil e R$ 500 mil
8,8% entre R$ 500 mil e R$ 2 milhões
A sua empresa tem um time dedicado para inovação?
35,4% há responsáveis formais, mas que atuam em outras atividades em paralelo
34,5% não há responsáveis formais pela inovação
30,1% há um time exclusivo dedicado à inovação
Ao mesmo tempo em que mais da metade não tem orçamento definido, a segunda opção mais citada foi que 23% aplicam mais de R$ 2 milhões na área. Não deixa de ser um indicador importante, até por estarmos ainda tentando deixar a crise econômica para trás e inovação costuma ser uma área que sente cortes na planilha das empresas.
A segunda pergunta é sobre as equipes que trabalham com inovação nas empresas. As respostas ficaram bem divididas. A mais citada é que há responsáveis formais, mas que atuam em outras atividades. Logo em seguida, está a opção de que não há profissionais responsáveis pela inovação na companhia. Em terceiro, mas com um percentual significativo, apareceu a alternativa de que a empresa tem uma equipe exclusiva dedicada à área.
Apesar de a Amcham não ter uma pesquisa anterior sobre o assunto para fazer uma comparação de dados, o superintendente Centro-Sul, Marcelo Rodrigues, tem a percepção de que aumenta o número de equipes com pessoas dedicadas à inovação. O executivo lista temas que são desafios da área: inteligência artificial, uso de dados, indústria 4.0, transformação digital e omnicanalidade.
— Desde o ano passado, começamos a ver um aumento nas empresas de grande porte da colocação de uma, duas ou três pessoas em inovação. Parece ter virado tendência. Visitei dez empresas no ano passado nos Estados Unidos e era sempre recebido por pessoas com cargos como "head" de inovação, "innovation leader", vice-presidente de inovação, CDO, etc - conta Rodrigues.
Aliás, CDO é uma sigla que existe há anos, mas tem ganho espaço no organograma das empresas. Abrevia a expressão em inglês Chief Data Officer, ou seja, um diretor executivo de dados. Ele é o profissional responsável por trazer novidades técnicas e tecnológicas aplicadas no uso de dados.
Ainda sobre a pesquisa da Amcham, veja o faturamento anual das empresas entrevistadas:
44,1% superior a R$ 300 milhões
18,9% inferior ou igual a R$ 2,4 milhões
15,3% superior a R$ 2,4 milhões e inferior a R$ 16 milhões
11,7% superior a R$ 90 milhões e inferior a R$ 300 milhões
9,9% supeior a R$ 16 milhões e inferior a R$ 90 milhões