Natural de Porto Alegre, o goleiro Rodrigo chegou a Santa Cruz do Sul em 2010 para jogar no Santa Cruz. Entre idas e vindas, ficou por lá até 2013. Mas foi mesmo no rival, Avenida, que fez história ao ajudar a promover o clube para a Série A do Gauchão pela segunda vez.
Antes de tornar-se herói ao ser decisivo na disputa por pênaltis contra o Veranópolis, nas quartas de final, Rodrigo e seu Avenida tiveram dois clássicos com o Santa Cruz para medir a soberania local. Os times não se enfrentavam havia cinco anos, e era a primeira vez do goleiro vestindo verde diante do rival alvinegro.
— Foi difícil ele vir pra cá. Teve que vir com indicação de um técnico. Não queriam, pois ele era Santa Cruz — revelou Patty, esposa do goleiro, que o acompanha até nas partidas fora de casa.
— Minha família toda queria que eu viesse para o Avenida. Só que não dava, pois pessoal tinha outras preferências e também tinha a identificação com o Santa Cruz. Mas vim em 2017 e nós subimos com o time. Agora é só Avenida — explicou Rodrigo.
A esposa anda pelo interior gaúcho junto do filho Fred. Pegam o carro e vão onde o Avenida jogar. Ela também ajuda o goleiro com oportunidades no futebol, como uma espécie de empresária.
— Vou atrás, sempre procurando alguma coisa. Consigo patrocínio, luvas. Ele é muito travado, muito tímido — disse Patty, que também se considera a maior crítica do parceiro:
— Eu pergunto: por que você não pegou aquela bola? Tinha que ter defendido. Aí ele tem que explicar o motivo de não conseguir.
O casal se conheceu após um clássico, em 2010, quando Rodrigo vestia as cores do Santa Cruz. A rivalidade, tão forte no Interior, é de fato uma marca na família. O time do goleiro venceu o jogo e foi a um bar comemorar. Patty estava por lá e, desde então, estão juntos.
Com ajuda do goleiro Rodrigo, enfrentando em grande parte dos jogos a lama dos gramados da Divisão de Acesso, o Avenida obteve acesso na semifinal ao vencer o Passo Fundo. Na decisão, porém, foi superado pelo Esportivo e ficou com o vice-campeonato.