O Mercado Público é um dos principais patrimônios de Pelotas. Construído em 1846, já recebeu todos os tipos de comerciantes ao longo da história. Hoje, restaurado, conta com seus tradicionais açougues e peixarias, além de lojas de produtos naturais, artesanato, restaurantes e, obviamente, os famosíssimos doces da cidade.
O meia Eliomar, 35 anos, é pernambucano de Garanhuns. Já jogou no Novo Hamburgo, no Caxias e no União-FW, mas foi disputando a Divisão de Acesso que teve a oportunidade de vestir a camisa do Esporte Clube Pelotas e viver na Zona Sul do Estado. E, claro, tornou-se um frequentador das docerias do Mercado.
—Como bastante, é meu ponto fraco — revelou Eliomar, que comia um docinho junto da esposa durante a entrevista.
Outro patrimônio pelotense é o Parque Dom Antônio Zattera. No passado, o local abrigou um mini zoológico, tornando-o conhecido como “Praça dos Macacos”. Agora, é a praça da Boca do Lobo, estádio do Pelotas, que fica em frente.
Ali os torcedores do áureo-cerúleo reúnem-se para o aquecimento antes do jogo. Churrasco, cerveja e amizade. Esse é o lema dos frequentadores. Todos eles, claro, apaixonados pelo Pelotas.
— A gente sabe que o campeonato não é o bicho, mas a amizade está aqui. É isso que o estádio proporciona para nós. A praça, com esse espaço revitalizado, é o meu pátio — afirmou o torcedor Pablo Isnardi.
Pelotas vive o futebol com intensidade. Conta com três clubes campeões gaúchos, atualmente distribuídos nas três divisões do Estadual. O Lobo anda em uma fase ioiô. Fez dois Gauchões ruins e, no último amargou o rebaixamento. Em 2022, patinou nas quartas de final e foi eliminado da Divisão de Acesso para o Passo Fundo, nos pênaltis. O momento de baixa, contudo, jamais fez seus torcedores desistirem de ir ao estádio para assistir aos jogos.
É o caso de André Neutzling, o Dedé, e sua mãe Eloisa, fiel escudeira do filho, seja na Boca do Lobo ou nas excursões pelos rincões do Rio Grande do Sul. Onde o Pelotas estiver, eles vão estar.
— O meu pai faleceu com 57 anos, por um infarto, e ele já tinha cadeira cativa. Então nós já nascemos Pelotas. E quando o André nasceu, o meu ex-marido botou nele a camisa do Pelotas. Então essa camisa tem 44 anos — disse Eloisa, 72 anos, que atua no serviço de hemodiálise do Hospital Santa Casa de Misericórdia.
Na úmida tarde de domingo em que a nossa reportagem esteve na Boca do Lobo, o Pelotas venceu o Avenida por 1 a 0, gol de pênalti de Itaqui, nos minutos finais da partida. O jogo marcou a estreia do técnico Badico, uma das lendas do futebol do interior gaúcho.