Completamente recuperado da lesão de grau 2 que teve na coxa direita na parte final da primeira fase do Gauchão, Wesley está ansioso para o recomeço dos jogos. Até não falta muito.
O Inter estreia no Brasileirão às 21h de sábado (29), contra o Flamengo, no Maracanã. Na quinta-feira (3), começa a caminhada na Libertadores, diante do Bahia. E terá sequência de dois jogos por semana até junho.
O jogador mal vê a hora de isso iniciar. A comemoração pelo título gaúcho já terminou, e o time vive intensamente a preparação para a maratona.
Foi com esse espírito que o atacante recebeu a reportagem de Zero Hora no CT Parque Gigante na manhã de quinta-feira (27). Na entrevista, falou sobre a expectativa para a sequência da temporada, a disputa com Carbonero, a dificuldade da Libertadores, o futuro na Europa e outros tantos assuntos.
Confira a entrevista
Por ter chegado ao Inter no ano passado, não chegou a viver esse período todo sem títulos. Mas o quanto pesou individualmente a conquista do Gauchão?
Foi muito relevante para mim também essa conquista. Vencer é o que deixa marca na história do futebol. Mesmo estando aqui há pouco tempo, acho que a gente acaba se identificando com o clube. Então, fez parte de mim também esse período sem vencer. Criamos essa expectativa no ano passado, pela campanha no Brasileirão, e graças a Deus deu certo. Interrompemos a sequência do nosso adversário e fomos campeões de forma invicta. Mas já comemoramos o que tínhamos de comemorar, e agora é foco total nos próximos campeonatos.
Como está a recuperação?
Detectamos uma lesão de grau 2, que leva de três a quatro semanas, me recupero bem, então na terceira semana já estava fazendo algumas atividades com o grupo. Tive uma conversa com Roger e respeito a ideia de (manter) que quem estava jogando e colocou o Inter na final. Mas sabia que tinha um papel importante e era um momento de sacrifício, por ser uma final. Não estava 100% ainda, mas estaria pronto para ajudar o tanto de tempo que fosse preciso. Agora vamos voltar aos treinos o mais forte possível para retomar a posição no time.
Não estava 100% ainda, mas estaria pronto para ajudar o tanto de tempo que fosse preciso.
WESLEY
Sobre atuar nas finais do Gauchão.
Quando saiu do time, apareceu Carbonero e deu conta, inclusive fazendo um dos gols da final. Conseguiu até ir para a seleção colombiana. Claro que futebol é coletivo, e o título é de todos, mas como fica sua cabeça com essa disputa?
Sabemos como é a disputa no futebol. Essa competição é boa para nós e para a torcida. Ano passado, tive essa disputa com Wanderson, agora com Carbonero. O que importa é o jogador chegar para ajudar. Teremos Libertadores, Brasileirão, Copa do Brasil, então o tanto de jogadores bons que temos serão de extrema importância para a temporada. Vai ser uma disputa sadia, e quem estiver no melhor momento vai ser bem escolhido pela comissão.
Quando foi contratado pelo Inter, você não quis falar de recomeço de carreira, mas no título gaúcho falou em retomada. É assim que enxerga o momento?
Confesso que, na minha vinda para Porto Alegre, tinha uma expectativa. E acho que não é só na minha opinião, mas na de todos, teria uma resposta tão grande. Quem me acompanha desde o começo sabe do meu potencial, do que tenho para entregar. Já mostrei isso no Palmeiras, tive uma passagem um pouco apagada pelo Cruzeiro e, quando vim para o Inter, meu pensamento era nesse sentido. Vinha acompanhando o time na Libertadores, bateu na trave, mas vi que mantinha uma base. Pensei: "Preciso disso, de sequência". O Inter era perfeito. Mas nem nos meus melhores sonhos imaginei um ano como 2024.
Em que nível enxerga o grupo do Inter na comparação com os principais favoritos aos títulos em 2025?
Em 2024, perdemos pontos importantíssimos para equipes inferiores a nós, com todo o respeito. Nos jogos contra as equipes que vêm ganhando, como Flamengo e Palmeiras, trocamos pontos. Por isso, acho que não devemos nada a ninguém, com nosso elenco. Conseguimos jogar de igual para igual contra todos eles.
Vamos entrar pra brigar por todas (as taças) e, conforme a temporada for se desenhando, poderemos priorizar alguma competição.
WESLEY
Sobre os planos para a temporada colorada.
Você tem dois centroavantes de seleção no grupo. Qual é a diferença de jogar com Valencia ou com Borré? Muda alguma coisa em seu estilo?
Nada. É só fazer a bola chegar que eles resolvem. Preciso deixar a bola o mais limpa possível. São dois ótimos jogadores.
Com Coudet, você já vinha se destacando. Com Roger, parece ter subido ainda mais de nível. O que mudou?
Já disse que considero Roger o melhor treinador com quem já trabalhei. Ele está sempre no dia a dia, dá importância igual para todo mundo. Nunca entramos em um jogo sem saber o que fazer.
O quanto influencia esse grupo mais cascudo do Inter?
Quem gosta de ganhar quer ter um grupo vitorioso, não vai querer ter um perdedor do seu lado. Isso facilita bastante no momento de dificuldade que teremos durante a temporada, é inevitável. Vamos trabalhar para que seja o mínimo possível, mas, nos momentos difíceis da temporada, ter esses caras mais experientes como Ferrando, Alan Patrick, Bruno Henrique e até Mercado, que está lesionado, mas ajuda demais. Temos de nos blindarmos e ter esses caras por perto para passar de todas as fases com naturalidade.
Que grupinho o da Libertadores, hein?
Bom, né? (risos)
Achou?
Quem almeja título não pode escolher adversário, tem de passar por tudo.
Quando veio o sorteio da quarta bolinha, já sabia que seria o Bahia, né?
(Risos) Tinha certeza que viria o Bahia. Fui criado e tive uma passagem boa pelo Vitória, mas já declarei que sou torcedor do Bahia. Todas as vezes que fui na Fonte Nova, tive boas lembranças, então espero voltar e ter mais um ótimo momento lá.
A Libertadores vai ser a prioridade da temporada?
O decorrer da temporada vai nos mostrar para onde devemos ir. Um clube como o Inter, que tem uma camisa pesadíssima, tradicionalíssima no cenário do futebol internacional, não pode estar escolhendo competição. Vamos entrar pra brigar por todas (as taças) e, conforme a temporada for se desenhando, poderemos priorizar alguma competição. Mas acho que vamos brigar por todas.
Vitão e Alan Patrick têm totais condições, estão há anos em alta. Poderiam receber uma oportunidade.
WESLEY
Sobre os companheiros serem convocados para a Seleção.
O título do Gauchão influencia no restante do ano?
Precisamos continuar trabalhando. Futebol é entrega. E vale a pena, é um prestígio ir ao shopping e ter criançada. É legal demais. Precisamos trabalhar para conquistar títulos, é isso o que nos deixa na história, que vai fazer as pessoas lembrarem-se de nós. No Gauchão, acho que conquistamos um dos mais importantes da história, e isso marcou o grupo. Agora queremos continuar na história.
No início do ano houve um boato de você ser vendido para o Besiktas-TUR. É verdade? É um desejo jogar na Europa?
Acho que todos os moleques vão falar da vontade de ter essa experiência de jogar fora. Teve algumas especulações, mas estava de férias, tranquilo. Minha cabeça estava 100% no Inter, assim como hoje. Daqui a alguns anos, se de fato acontecer, seria um sonho essa experiência lá fora. Mas em 2025, vamos focar no Inter pra trazer um grande título.
Sem levar em conta o resultado contra a Argentina, imagina que Vitão e Alan Patrick teriam lugar na Seleção?
Todo mundo que joga videogame, que assiste futebol, tem o sonho de atuar fora do país, na Europa. E também quer atuar pela Seleção. Vitão e Alan Patrick têm totais condições, estão há anos em alta. Poderiam receber uma oportunidade, mas isso deixo para quem convoca.
Veja a entrevista completa
Quer receber as notícias mais importantes do Colorado? Clique aqui e se inscreva na newsletter do Inter.