Em busca de novas receitas, o Inter tem atenção especial com as ações nas quais o clube é credor. Uma delas envolve o centroavante Bruno Gomes, 23 anos, que acaba de acertar com o Paraná Clube para a disputa da Série B.
Autor de 130 gols na base, o jogador deixou o Beira-Rio em 2017 de forma litigiosa para assinar com o Estoril-POR. Como não foi indenizado, o Inter cobra na Fifa o pagamento da multa rescisória de 40 milhões de euros (R$ 235,2 milhões) estipulada em contrato.
Apesar do pedido, dificilmente os colorados conseguirão um valor tão elevado. A tendência, havendo vitória colorada na causa, é de que a Fifa determine uma indenização proporcional ao valor de mercado do atleta em agosto de 2017, quando ocorreu o imbróglio.
Relembre o caso
Sem ser utilizado pelo então técnico Argel, Bruno Gomes, então com 19 anos, foi emprestado para o Estoril em 2016 para ganhar experiência. Ao final do empréstimo, em junho de 2017, o clube português optou por não exercer a cláusula de compra de 1 milhão de euros (R$ 3,7 milhões, na cotação da época) e devolveu o atleta.
Porém, poucos meses depois, o jogador ingressou com uma ação contra o Inter na Justiça do Trabalho, alegando atraso nos direitos de imagem. Derrotado em duas instâncias, o atleta recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), onde obteve um habeas corpus, concedido pela ministra gaúcha Maria Helena Mallmann, liberando-o para, em tese, trabalhar onde quisesse.
Com base na decisão judicial, a CBF liberou o jogador do vínculo com o Inter. Assim, o centroavante viajou para Portugal e assinou em definitivo com o Estoril, sem indenizar o clube gaúcho. Meses depois, o jurídico colorado conseguiu reverter a decisão no TST. Porém, neste momento, o atleta já tinha sido registrado e inclusive estava atuando pelo clube português.
Restou à direção colorada acionar tanto Bruno Gomes, quanto o Estoril na Fifa, exigindo o pagamento da multa rescisória estipulada no contrato do centroavante com o Inter, de 40 milhões de euros (R$ 235,2 milhões na cotação atual), ainda que o mais provável seja o recebimento de uma quantia menor, de acordo com o valor de mercado do atleta na época.
Não há prazo para a Fifa se manifestar sobre o caso. E também não há risco de a decisão da entidade barrar o acerto do jogador com o Paraná Clube. A consequência seria unicamente o pagamento da indenização, que, em virtude da crise financeira, chegaria aos cofres colorados em boa hora.