
O tempo do Inter corre mais rápido no que diz respeito à urgência de vender um jogador. O clube tem dívidas de curto prazo na casa de R$ 316 milhões e já estimou em R$ 100 milhões as perdas de receita com a quarentena. Serão quatro meses sem jogos, isso se a previsão de retomar o Gauchão em 19 de julho se confirmar.
Um prejuízo que é direto, com a ausência da receita de bilheteria, e indireto, com a cortina baixada pelo coronavírus que escondeu as joias que precisavam brilhar para o mercado. O Inter estimou em seu orçamento de 2020 R$ 98 milhões em vendas de jogadores. No ano passado, a projeção era de R$ 70 milhões, ultrapassada com folga. O clube arrecadou R$ 109 milhões com saídas de atletas. A negociação de Nico López com o Tigres, por 8 milhões de euros, vitaminou as cifras. Antes dele, a transferência de Iago para o Augsburg havia garantido cerca de R$ 36 milhões.
A questão é que a fila de jogadores com potencial de venda recém estava se formando no Beira-Rio. Havia perspectiva de que Nonato deslanchasse. Coudet chegou ao Beia-Rio vendo-o como o meia central do time. Outra aposta alta era de que Bruno Fuchs, promovido a titular pelo técnico argentino antes mesmo de treinar com ele, ganhasse rodagem e se mostrasse ao mundo o zagueiro moderno e com capacidade de armar o jogo que é.
O problema é que sem jogos, nem Nonato consegue cavar lugar no time, nem Bruno Fuchs ganha vitrina. Em um cenário desses, qualquer ingresso em uma mesa de negociação será sem ter a palavra definitiva.