O Rodrigo Capelo, do Globoesporte.com, um especialista — e bom — no exame dos balanços dos clubes, informa que a dívida de curto prazo do Inter cresceu em 2018 e 2019. Já estava alta antes da pandemia: R$ 316 milhões. Dá para imaginar o volume do prejuízo sem futebol, com os juros correndo.
O vice-presidente Alexandre Chaves Barcellos admite preocupação, mas diz que há R$ 155 milhões para entrar nessa mesma condição (curto prazo). Lembra também que a receita do quadro social, orçada em R$ 90 milhões para 2020, não consta nessa rubrica por se tratar de regime de caixa: só aparece na contabilidade quando entra o dinheiro.
Barcellos salientou ainda que parte desses R$ 316 milhões se refere a "estoque de dívida bancária" que o Inter vem renegociando há algum tempo. E aposta, claro, no fato de que o ano de 2021 terá de ser o ano da negociação em tudo e para todos.
Do lado azul
Sobre dívidas, a situação do Grêmio é mais confortável. O acúmulo de cinco anos de superávit, em um cenário normal, ainda poderia suscitar aquela crítica segundo a qual clube não é banco. Aquela história de "melhor ganhar fazendo dívida do que perder sem dever nada".
Romildo Bolzan tem os títulos a seu favor de qualquer maneira, mas digamos que ele tivesse deitado nos louros do primeiro ou segundo ano de superávit, já com taça no armário? São esses cerca de R$ 122 milhões de receita maior do que despesa, acumulados em cinco anos, que salvarão o Grêmio na pandemia.
Se a bola rolar até setembro, a venda de um jogador, em vez só apagar incêndio, talvez até sirva para manter a rotina de garantir algum a mais nos cofres.